Tudo sobre: Cultura

Romance IV

Seria mais fácil se fosse a primeira vez. Mas quando foi a primeira vez? Antes do primeiro livro derrubei toda uma floresta de palavras inúteis, muitas delas arrogantes ao meu gosto. Hoje as palavras me parecem quase humildes e burocráticas,

Fabricantes de mentiras (1)

Os boatos, integrando os rumores, os falatórios em segredos, constituem uma das mídias mais antigas da comunicação humana, por diversas razões. A começar pela fugacidade de sua ação, simplesmente podem aparecer como desaparecer; também pela proibição no sentido de que

Romance III

A mim me angustia que cada livro seja o último, que cada capítulo seja o último, que cada página seja a última, que cada parágrafo seja o último, que cada frase e cada palavra e cada letra possa ser a

Romance II

Vou anunciar o apocalipse amorosamente? Não: não o apocalipse: aquela festa do fim do mundo, que eu tinha esquecido. A maior festa já vista, em que poucos serão chamados e todos, escolhidos. Uma casa de formigas vista de cima: a

Uma palavra amiga

Leio numa crônica de Martha Medeiros: “Estar só, totalmente só, é um direito e um dever. Não todo o tempo, mas por um bom tempo, o tempo que a gente precisa para reencontrar a si mesma”. Na veia, Martha.
O grande

Romance I

Comecei a escrever uma prosa extensa. Chamam isso, no ocidente contemporâneo, de romance. Escrevo. Feito qualquer outro trabalhador é provável que eu preferisse fazer nada. A rede é minha própria aranha amorosa: quero comer teu corpo cozido no teu leite,

Distraída

Ainda que, distraída eu fosse,
ouvir(ia) o silêncio que tu amas, em ti.
Como se fosse ele: a guiar os teus dias,
os teus desejos arraigados e o cheiro forte das tuas lembranças mais tenras.

Ainda que, distraída eu fosse,
sentir(ia) a tua voz mansa