Voz, viola, vida, por Francisco Luciano Gonçalves Moreira (Xykolu)

“– Já pensou o que pode acontecer quando voltar a Buenos Aires e continuar a escrever contra o governo? – Tenho pensado nisso muitas vezes. Posso perfeitamente desaparecer, como tantos outros. – E isso representaria o quê? – Eu seria morto… o que não seria tão terrível assim. Ou seria preso e torturado… o que […]

E agora, Miguel? por Francisco Luciano Moreira Gonçalves (Xykolu)

“Os sistemas políticos são tão imperfeitos e corruptos quanto os homens que os idealizam.” [Morris West, em Proteu; São Paulo: Círculo do Livro, s/data; pág. 63). “Navalha na carne. “Miguel, já nem mais me animo a refletir, discorrer ou pronunciar-me sobre se se conduziu em plena observância ao regramento e aos ditames legais que lhe […]

Por um triz – Parte II – por Francisco Luciano Gonçalves Moreira (Xykolu)

“Jadway… o personagem que no fim foi o que Cathleen havia levado para a cama para amar e que conseguiu amá-la naqueles sete minutos místicos.” [Irving Wallace, em Os sete minutos. São Paulo: Círculo do Livro, s/data; pág. 529]. A ele cabia seguir algumas instruções: estacionar o carro em área fronteiriça à do condomínio, porquanto […]

Por um triz, por Francisco Luciano Moreira Gonçalves (Xykolu)

“A amizade é uma espécie de amor que nunca morre…” [Mário Quintana, em Porta giratória. São Paulo: Globo, 2007; pág. 137]. Nos últimos anos da “década perdida” – a do movimento das “Diretas Já”, do processo de redemocratização e da volta do pluripartidarismo; da promulgação da Carta Magna que ainda vige, embora já muito emendada; […]

Sertão, escola da vida, por Francisco Luciano Moreira Gonçalves (Xykolu)

Há pouco mais de quatro décadas, resido na Região Metropolitana de Fortaleza – cinco anos em Caucaia, a antiga Soure, e os demais na “loira desposada do sol”, berço de José de Alencar, o genial escultor da jovem índia tabajara, “a virgem dos lábios de mel”, personagem central de Iracema, sua consagrada prosa-poética. O tempo […]

Eu! Heim! por Francisco Luciano Gonçalves Moreira (Xykolu)

Estávamos em meados da primeira década deste século. Discutíamos, numa das aulas da disciplina Ensino da Língua Portuguesa, do Curso de Especialização em Linguística e Ensino do Português – CELEP, da Universidade Federal do Ceará – UFC, sobre os efeitos, imediatos ou não, da “internetização” de processos de comunicação humana. Íamos desde as questões relacionadas […]

Em dois atos, por Francisco Luciano Moreira Gonçalves (Xykolu)

PRÉ-ATOS Segundo um dos ícones da dramaturgia brasileira, o pernambucano Nelson Rodrigues, “Em Brasília, todos são inocentes e todos são cúmplices”¹. ATO I (LANGUIDEZ) Eis que a esperança no porvir se esvanece… Então, eu estremeço! (…) E, no dulcificante cansaço do corpo, a alma sempre irrequieta, ora embevecida, descansa, repousa, embora ainda desperta. No desejo […]

Simplesmente mulher, por Francisco Luciano Gonçalves Moreira (Xykolu)

Às mulheres que são a razão maior da minha existência: minha singela e sincera homenagem pelo Dia Internacional da Mulher. Mulher, mulher! Nada me alimenta, me nutre e me sacia mais que o seu deleitoso favo. Nada me estimula e me excita mais que o seu inefável e benfazejo travo. Nada me humaniza e me […]

A arte de escrever, por Francisco Luciano Moreira Gonçalves (Xykolu)

“Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja?”. Fernando Pessoa, Livro do desassossego. São Paulo: Companhia das Letras, 2015; pág.170. Antes, em sonhos – silentes e fluidos como água de nascente; edulcorantes e frugais como favos de mel –, sinto, com a alma […]

A morte não costuma celebrar acordos, por Luciano Moreira (Xykolu)

– Cumpade, ind’agora eu vi um negoço esquisito! – Compadre, era um caminhão… – Tava caminhano não, cumpade. Tava era correno. – Então, compadre, era um automóvel… – Era oito ou nove não, cumpade. Era só um. Conversa de matuto, segundo o “seu” Expedito, meu pai. Estamos num qualquer ano da primeira metade do século […]

Amuluqué, por Francisco Luciano Gonçalves Moreira (Xykolu)

AMULUQUÉ “O certo é que, hoje, mais de meio século depois, sinto o peito arder, o coração sangrar e lágrimas umedecerem os meus olhos. Saudade.” (Xykolu, em Tristeza não tem fim / Felicidade, sim; My book of the face – O meu livro do atrevimento, pág. 102; 18.2.2014). – Mãe, eu quelo amuluqué. O pedido […]