O Desprestígio dos Especialistas – RUI MARTINHO

Intelectuais alcançaram grande prestígio. A escrita e a imprensa difundiram as ideias dos pensadores que antes falavam para um círculo restrito de pessoas. Depois de Johannes Gensfleisch Zur Laden Zum Gutenberg (1397 – 1468) veio o enciclopedismo e o jornalismo. A Revolução Francesa guarda relação com a difusão de ideias iluministas por estes meios. Igualdade, […]

DESAFIOS DO MUNDO REAL – Rui Martinho

O Brasil crescia como um tigre asiático. O êxodo rural transferia trabalhadores do campo, de baixa produtividade, para as cidades, onde a produtividade também era baixa, mas não tanto; crescimento demográfico acelerado incrementava o fator mão de obra; poucos tinham escola, aprendiam alguma coisa. Havia foco no desenvolvimento cognitivo. Havia investimento público com superávit fiscal, […]

PROGRESSO E RETROCESSO – Rui Martinho

A linguagem política está impregnada de progresso e retrocesso. Mas a ideia de aperfeiçoamento da humanidade nem sempre existiu. O eterno retorno, concepção segundo a qual tudo se repete, foi acalentada pelos gregos. O determinismo cósmico de Zenão (335 – 264 a.C.) e dos seus eguidores estóicos tem afinidade com o eterno retorno observável no […]

CÂMBIO E TROPEÇO DIPLOMÁTICO – Rui Martinho

“Ortodoxia econômica” e “consenso de Washington” são pseudônimos do realismo econômico. As dez regras do consenso aludido se resumem em equilíbrio fiscal, câmbio flutuante e outras medidas coadjuvantes destas. O seu fundamento é uma Antropologia Filosófica que reconhece o egoísmo humano. Adam Smith (1723 – 1790) não era economista, mas filósofo dedicado ao estudo da […]

O JAVANÊS DO JUDICIÁRIO – Rui Martinho

O ministro Luís Roberto Barroso disse precisar da ajuda de um professor de javanês para entender o voto do ministro José Antônio Dias Toffoli. Muitos criticam o uso de expressões latinas e do jargão forense. São críticas distintas. O javanês diz respeito a concatenação de ideias no voto do ministro Toffoli. A segunda trata do […]

DECLÍNIO OU CRISE DE CRESCIMENTO – Rui Martinho

Vivemos tempo de incerteza. O ceticismo dos sofistas está em alta. A dúvida metódica, de Renê Descartes (1596 – 1650), não alimenta a perplexidade e a dificuldade de entender o mundo e nós mesmos, nem tampouco o relativismo crítico de Karl Raymond Popper (1902 – 1994). Pode haver correlação fraca entre a incerteza aludida e […]

TERREMOTO POLÍTICO – Rui Martinho

Terremotos são destruidores. A liberação de forças tectônicas, fortes ou fracas, causam apreensão. Era geológica é a divisão de um éon na escala de tempo geológico, marcada pela formação de continentes e oceanos, cuja mudança é relacionada com as maiores transformações do planeta. A política atual passa por abalos sugestivos de reviravolta global. Transformações geológicas […]

POLÍTICA, IDEIAS E SENTIMENTOS – Rui Martinho

Há uma grande politização. Muitos desejavam que assim fosse. Mas alguns, entre estes, estão insatisfeitos com o alargamento do ativismo para além dos partidos, sindicatos e demais formas de condução e tutela das massas. A razão, na constelação de fatores políticos, é uma forma de legitimação do poder. Os gregos enriqueceram o uso da argumentação […]

O PAÍS DO CRIME – Rui Martinho

Aproximadamente sessenta mil vidas são ceifadas a cada ano. Tivemos 82.684 desaparecidos em 2017. A existência de numerosas crianças entre estes é sugestiva de assassinatos, por ser menos frequente o abandono do lar nesta idade. O crime domina. Impõe a sua lei. Despeja famílias de suas casas. Requisita mocinhas para serviços sexuais. Comanda presídios e […]

O REINO DA BAGUNÇÔNIA – Rui Martinho

Era um um reino feliz, tropical e bonito por natureza. Tinha um povo cordial, tolerante com os transgressores da lei. Nada abalava a tranquilidade daquele país. Dezenas de milhares de assassinatos, serviços públicos de má qualidade, contas públicas em frangalhos paralelamente à elevada carga tributária e à falta de investimentos públicos, famílias despejadas de suas […]

Patrimonialismo Revigorado – RUI MARTINHO

O patrimonialismo, herança ibérica, é uma forma de poder na qual os vínculos de caráter pessoal são mais fortes do que os institucionais, a lealdade é reforçada pelo favorecimento recíproco, embora assimétricos, a honra estamental vale mais do que a condição econômica e a fazenda pública é indiferenciada do patrimônio privado dos titulares do munus […]