Anteontem, 31/10, festejou-se o “halloween”, o maior feriado dos EUA. Em nossa família nunca tivemos o sentido de comemorar essa festa das bruxas, costume que se espalha cada vez mais pelo Brasil em virtude da dominação cultural exercida pelo “deep state”, alavancada com a esteira da globalização com seus instrumentos cibernéticos de transmissão de ideias, comportamentos e valores – ideologia – produzidos pelos centros hegemônicos de poder mundial. Os telejornais nacionais brasileiros cumprem obrigatoriamente o ritual de em sua grade divulgar, diariamente, ao menos uma notícia dos EUA, bombardeando sistematicamente a opinião pública, compondo a tática do cardápio do “espectro total”. (https://segundaopiniao.jor.br/o-espectro-total/).
Hoje, 02 de novembro, tradicionalmente no Brasil, celebra-se o Dia dos Finados, demarcando em nosso tempo-espaço a memória daquelas pessoas que cumpriram sua trajetória humana e nos foram caras para a nossa caminhada pessoal e coletiva. Suas faces, seus gestos e suas palavras estão gravados em nossa memória e em nosso coração por haverem sido presenças fundamentais a nos sustentar, nos animar, nos confortar e a nos impulsionar pela confiança profunda nelas depositadas por cada um de nós. Presenças inspiradoras que nos tornaram melhores em nosso existir.
De onde vim? Onde estou? Para onde vou? Essas são perguntas de base presentes em nosso ser-pessoa desde o primeiro momento de nossa vida, que lentamente vão se explicitando por razão da aquisição de nossa consciência – a capacidade de sentir e pensar o mundo com o seu Mistério. Das respostas a tais perguntas depende efetivamente a orientação que se imprime à existência. Afinal, humanos não lutam apenas pela sobrevivência, mas lutam também por construir um mundo de sentido que possa ser amado.
O dia de hoje destaca a importância do exemplo da coerência de vida pessoal, capaz de servir de referência para outros. Além disso, o feriado de Finados coloca em relevo o valor da Memória para a civilização. Com ela podemos revisitar nossas histórias, nossos saberes, nossas crenças, nossas lutas, nossas interpretações pelas quais falamos de nós mesmos para o mundo. Por meio da Memória podemos indagar sobre o que está ocorrendo hoje de perverso e não deveria estar acontecendo; ao mesmo tempo podemos questionar sobre o porquê de tantas outras questões ainda não solucionadas em nosso país e no mundo.
Hoje o Brasil ultrapassa a marca de 160 mil pessoas mortas pela pandemia do covid-19, denominada de “gripezinha” pelo presidente da república. E lá, no país do “halloween”, o número oficial de mortos é da ordem de 230 mil, perfazendo um total das duas nações de *390 mil mortos*. Duas nações nas quais os seus presidentes, *ditos cristãos*, demonstraram irresponsável descaso na condução do combate a este mal. Que cristianismo é o deles? É fundamental fazer esta indagação em relação à fé da qual se dizem seguidores, em virtude de sua incoerência conceitual e prática, com evidentes sinais de sadismo diante das vítimas da covid-19 apresentados por esses dois amigos – Trump e Bolsonaro. Afinal, é atribuído ao fundador do cristianismo haver anunciado em alto e bom som ter vindo ao mundo para que todos tivessem vida plena.