No remanso silencioso das letras, onde o tempo dança ao rítimo da inspiração, há um nome que ecoa como um murmúrio suave nas páginas da poesia; Rogaciano Leite. Em meio aos rios de tinta e ao tecido das palavras, ele se ergue como uma torre de imaginação, um guardião dos sonhos tecidos em versos.

Nascido nas entranhas de uma pequena cidade no interior, Rogaciano emergiu do solo como uma flor delicada, mas cujas raízes mergulhavam profundamente na rica terra da tradição e da cultura. Desde jovem, ele carregava consigo o fardo e o encanto das palavras, como se cada frase, cada sílaba, fosse uma peça de um quebra-cabeça que ele ansiosamente montava.

Os seus dias eram como páginas em branco esperando para serem preenchidas pelo tinteiro da vida. Ele vagava pelas ruas poeirentas, observando as cores e os sons que compunham o tecido da existência. Os seus olhos capturavam os mínimos detalhes, os momentos fugidios que escapavam à maioria, e os transformava em quadros vivos, em poemas que dançavam como folhas ao vento.

Claro, não foi apenas a beleza que o fascinou; foi também a dor, a melancolia que se esconde por trás dos sorrisos, a solidão que se esgueira pelas vielas estreitas da alma. Ele entendia que a poesia não era apenas sobre celebração, mas também sobre catarse sobre dar voz aos silêncios que ecoam no mais profundo abismo humano.

Marcos Abreu, é poeta e escritor brasileiro.