Álvaro Porto (PSD) criticou o aumento da espera por cirurgias cardíacas, provocado pela redução dos procedimentos custeados pelo Estado no Real Hospital Português.
O deputado fez referência a problemas relatados em carta aberta, divulgada anteriormente, em que profissionais denunciam o risco de morte a que estão submetidos 400 pacientes que aguardam pelo atendimento na unidade de saúde, localizada no Recife.
De acordo com o parlamentar, os cirurgiões, também questionam os motivos que têm levado o Governo a não repassar recursos recebidos do Sistema Único de Saúde (SUS), destinados a cobrir as intervenções realizadas no hospital, que somam 1,2 mil procedimentos por ano. Após acordo com a Secretaria de Saúde (SES), descrevem os profissionais, as cirurgias cardiovasculares foram reduzidas em 35%, para viabilizar os pagamentos pelo Estado, mas, ainda assim, as prestações não teriam sido regularizadas.
“A falta de assistência médica digna é a mais cruel das mazelas enfrentadas pelos pernambucanos, e a tarefa desumana de acompanhar o sofrimento de quem espera por uma cirurgia está sendo imposta a nossos profissionais da saúde”, lamentou Porto. “Médicos estão sendo obrigados a agir como juízes divinos, tendo de escolher quem será operado ou não. ”
Álvaro Porto assinalou que outros problemas graves atingem a rede pública de saúde no Estado, como a ausência de plantonistas em hospitais do Agreste, a falta de transporte de emergência em hospitais regionais, o baixo investimento em assistência materna, além do atraso de repasses para custeio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em municípios do Interior. “Há cidades em que apenas um cateterismo é autorizado por mês. É um absurdo”, acrescentou.
O modelo de gestão de unidades por meio de Organizações Sociais de Saúde (OSS), que são 32 em Pernambuco, também foi alvo de queixas do deputado. Segundo Porto, estudos apontam que hospitais geridos por OSS gastam até quatro vezes mais. “Especialistas também alertam para o agravamento de problemas como atrasos de salário, demissões em massa, fechamento de leitos e falta de insumos”, advertiu.