Ando prestando atenção em troncos de árvores. Menino… é cada desenho…. Eu tenho que registrar. Tem corpus femininos, cavernas… pernas compridas pra cima. E tem alguns desenhos que qualquer um vê o que pode, o que quer ou imagina ver.
Nesses buraquinhos profundos mora algum duende? Alguma criatura adormecida esperando uns oito a dez anões?
Quando a tarde cai e a lua desponta, as árvores ficam ainda mais misteriosas. Parecem querer contar segredos. O silêncio delas é tão eloquente. Quebrado apenas por alguma lufada de vento ou por algumas pisadas em folhas secas.
A lua faz sombras e luzes encantadoras. Agora mesmo, quem se manifesta é o Sol, num brilho intenso sobre a cidade espraiada.
Brasília se derrama na sua modernidade ainda vívida. A geometria de Lúcio Costa, Niemeyer, Athos Bulcão firma meu olhar sobre os desenhos que formatam a cidade.
Recebo o abraço frio, seco e quente dessa concretude. E sonho concreto.
12/09/2024
Dora de Paula