TRÊS MOTIVOS PARA NÃO VOTAR EM BRANCO, NULO E NEM EM BOLSONARO. Por Uribam Xavier.

Se você não for uma pessoa travada em torno de uma razão fixa, se você está acompanhando a onda de violência praticada pelos inúmeros partidários de um certo candidato nessas eleições, se você não é uma pessoa cujo caráter pede passagem para viver de atos de violência ou de preconceitos, lhe ofereço três motivos para que você possa dialogar consigo mesmo e pensar no valor que o voto pode representar nessas eleições. Ofereço na esperança que você possa votar contra Bolsonaro e o que ele representa para nosso país e para a humanidade.Na realidade não vou lhe apresentar argumentos, mas informações que você pode constatar, são elas:
1.º – Bolsonaro é um homem com pensamento e prática fascista, ele usa do direito de livre expressão e, como deputado, usa da imunidade parlamentar, para ser o que ele é: violento, machista, homofóbico, racista e para defender à execução sumária de bandidos, combater o fantasma do comunismo, transforma em alvo de ódio os índios, os negros e as mulheres que não aceitam o papel que lhe impõe a cultura patriarcal. O senhor Bolsonaro é um agente estimulador e multiplicador de um estilo de vida protofascista e é, sim, corresponsável pelo conjunto de afetos e práticas de violência que durante a campanha eleitoral de 2018 vem se proliferando em nosso país.
2.º – Bolsonaro passou a ser o candidato dos interesses dos Irmãos Charles Koch e David Koch, segunda a revista Forbes, cada um é possuidor de 42,9 bilhões de dólares, eles ocupam o sexto lugar na lista dos bilionários do mundo. São empresários do ramo do petróleo. No campo político eles atuam mundialmente por meio do Instituto Benito Mussolini e Sociedade John Birch, organizações de extrema direita que patrocina ações de combate aos direitos civis e aos direitos humanos. No Brasil, os irmãos Koch vêm atuando há mais de uma década; financiaram o movimento “ Estudantes Pela Liberdade”, o “ Movimento Brasil Livre – MBL”, e o Instituto Ordem Livre, nas suas ações contra os governos petistas. O mentor intelectual do MBL, Fabio Ostermann, mantém relações com o Instituto Liberal e o Instituto Liberdade. Todas essas organizações são patrocinadoras de cursos de doutrinação e divulgação de ideias que compõem a visão de mundo da extrema-direita e do fascismo. São patrocinadoras de meios de comunicações, jornalistas, colunistas de jornais, editoras e pensadores conservadores. Portanto, é uma grande ingenuidade acreditar que o senhor Bolsonaro é um homem de bem comprometido com a moralidade do Brasil e interessado em colocar ordem no país, ou seja, acabar com a violência e a corrupção e fazer o país crescer;
3.º – Estamos numa conjuntura de perdas, vivemos um momento sombrio e tenebroso, onde a extrema-direita tem a iniciativa política e vem construindo uma hegemonia. Assim, a vitória de Bolsonaro seria a formação de um novo bloco no poder: o bloco fascista. A vitória de HADDAD, é a única opção para evitar um desastre maior, um desastre que a maioria dos que votam em Bolsonaro, cegos, pelo seu ódio ou descontentamento com os governos petista e com o governo Temer, não tem alcance para perceber. Nem todo eleitor do Bolsonaro é fascista ou de extrema-direita, mas seguindo suas paixões podem cair num buraco e levar o país a uma situação de guerra de todos contra todos. Bem, que a esperança seja nossa companhia em nossa árdua tarefa de derrotar, no segundo turno, o fascismo no Brasil. E, aqui, ele tem nome: Bolsonaro.

“Não é bom, em meio a um contexto tão sinistro, deixar-se afundar no catastrofismo melancólico e derrotista. Porque todo poder visa também a isto: nos separar de nossa força, nos inculcar a tristeza, a angustia, o medo, a culpa e sobretudo a sensação de impotência.” Peter Pál Pelbart.

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Uribam Xavier

URIBAM XAVIER. Sou filho de pai negro e mãe descendente de indígenas da etnia Tremembé, que habitam o litoral cearense. Sou um corpo-político negro-indígena urbanizado. Gosto de café com tapioca, cuscuz, manga, peixe, frutos do mar, verduras, música, de dormir e se balançar em rede. Frequento os bares do entorno da Igreja de Santa Luzia e do Bairro Benfica, gosto de andar a pé pelo Bairro de Fátima (Fortaleza). Escrevo para puxar conversa e fazer arenga política.

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Uribam Xavier

URIBAM XAVIER. Sou filho de pai negro e mãe descendente de indígenas da etnia Tremembé, que habitam o litoral cearense. Sou um corpo-político negro-indígena urbanizado. Gosto de café com tapioca, cuscuz, manga, peixe, frutos do mar, verduras, música, de dormir e se balançar em rede. Frequento os bares do entorno da Igreja de Santa Luzia e do Bairro Benfica, gosto de andar a pé pelo Bairro de Fátima (Fortaleza). Escrevo para puxar conversa e fazer arenga política.