A mim me angustia que cada livro seja o último, que cada capítulo seja o último, que cada página seja a última, que cada parágrafo seja o último, que cada frase e cada palavra e cada letra possa ser a última. E que depois eu sobreviva mudo. Por isso comparo tantas coisas com tantas coisas: é minha insegurança insone: preciso desesperadamente mostrar de modo claro a forma infantil que surge entre os dedos, apesar dos pedaços faltando. Me angustiava não ter a quem dizer e de repente me angustia não ter o que dizer. Como se eu só conseguisse me sentir vivo enquanto vertesse sangue.
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