PERSPECTIVAS: O QUE ESPERAR DO EMPREENDEDORISMO EM 2019? Por Christianne Estrela

Em dezembro de 2018, executivos e empreendedores se perguntavam o que seria do Brasil em 2019, qual seria o ambiente propício para o crescimento da economia e consequentemente dos negócios. Especulavam sobre a necessidade iminente de reformas para a urgente retomada do crescimento sustentável do país.  Afinal, 2016 foi o ano do impeachment. Na ocasião, Cristina Franco, então presidente da Associação Brasileira de Franchising, disse: “Apertem os cintos, enfrentar o ano de impeachment é coisa para gente grande”.

2018 foi marcado pela greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo, com insucesso na classificação da seleção, e uma acirrada disputa eleitoral, com fake news que rivalizaram, nas redes sociais,  com episódios de violência física.

Movidos pelo histórico da economia dos anos anteriores, economistas apontaram, em dezembro, um crescimento que chamaram de “intermediário”, uma vez que o governo iniciaria sua gestão em 2019 com o desafio de aprovar a Reforma Previdenciária e sua agenda econômica. A expectativa  era que o país seguiria crescendo, porém lentamente. A despeito dessa avaliação crítica, eles apontaram para um já crescente cenário “otimista” por parte do empresariado. Embora sem garantia de sucesso, o mercado estava confiante na equipe econômica de Paulo Guedes, então ainda futuro ministro da Economia, estimando que a agilidade e eficiência da reforma da previdência faria o Brasil entrar em uma trajetória de crescimento.

Afinal, o que vem acontecendo nesses primeiros meses de governo?

Estamos acompanhando um “novo modelo” de governar, uma nítida vontade do novo governo em operar uma mudança, que por si só já permite aos empresários acreditarem que 2019 será um ano diferente. Vemos isso através das ações de alguns dos ministros do governo, inaugurando  um marco histórico.

Mas, isso é tudo? Não. Muitas questões relacionadas ao governo só poderão ser respondidas no decorrer de 2019, Porém, esse clima de mudança gera uma reflexão mais elaborada na intenção de investimento dos empresários e empreendedores.

Neste contexto, a grande pergunta que o mercado insiste em fazer é: vale a pena investir no Brasil atual?

Até que ponto os fatores relacionados com a política econômica do Brasil influenciam na decisão dos nossos pequenos, médios e grandes empreendedores, empresários e investidores? Até que ponto esse grupo aguardará mudanças na economia para voltar a investir?

O fato é que existe uma agenda reprimida para o crescimento no país. Óbvio que o crédito e uma economia forte são importantes, mas sem boas ideias, nada acontece.

Apesar dos vários fatores econômicos que influenciam diretamente os resultados de uma empresa, o empreendedor/empresário/investidor brasileiro possui em seu DNA a essência da inovação, da reconstrução e a visão aguçada para os problemas da sociedade, visando a melhor forma de solucioná-los. As inovações dos empresários e empreendedores são a força motriz do crescimento econômico sustentado a longo prazo.

Como diz Flávio Augusto, fundador do ‘Geração de Valor’: “Ninguém segura alguém que tem um sonho”. Faço coro com os quase 70% de empresários, empreendedores e investidores brasileiros, sou uma otimista incorrigível, confio no mercado brasileiro que, além de extraordinário, possui uma população ávida por consumir produtos de qualidade e, principalmente, um arsenal de pessoas talentosíssimas a fim de fazer acontecer.

Tão importante quanto sonhar, é contribuir, executar e agir. E assim seguimos!

Chris Estrela

Empresária, empreendedora, advogada, professora universitária.

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Empresária, empreendedora, advogada, professora universitária.

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