Medos

Aprendi,
Desde pequena
A esconder
Medo em tapetes,
Tristeza em silêncio
Solidão em escrita

Mas por vezes,
Todos esses sentimentos
Me encaram no espelho
Desafiando-me
a ser mais
do que sou.

Não gosto deles
Nem de seus significados
e ousadia
De me encarar
Frente a frente
Como quem puxa uma briga

Grande parte das vezes,
Finjo não ser comigo
e ignoro suas palavras duras
Ressoando em minha cabeça

Mas há dias em que eles vencem
Falam alto,
Me arrancam lágrimas
Fazendo com que eu recomesse

Medo em tapetes,
Tristeza em silêncio
Solidão em escrita.

No fundo,
Mantenho a esperança
De vencer todos eles.

Busco,
Na força entranhada
E no nó da garganta,
Motivos.

Há dias
Em que é angustiante viver.

Mas nada que um café quente não resolva.

Varro os tapetes,
Quebro o silêncio
Me faço companhia na escrita

E ciclo após ciclo, sobrevivo
Mudando como um vendaval quando preciso
Tranquilizando no vento leve, quando necessário.

Juliana Magalhaes

Juliana Magalhães é licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e mestre na mesma área pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) . Atualmente é docente da UECE na cidade de Itapipoca. Mãe de primeira viagem do Fernando.

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Juliana Magalhaes

Juliana Magalhães é licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e mestre na mesma área pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) . Atualmente é docente da UECE na cidade de Itapipoca. Mãe de primeira viagem do Fernando.