Eduardo Odecio Camelo de Almeida: Eu tenho pressa de viver

“Intenso, eu sou intenso”. Dinâmico, enérgico.  Ele completa. Pós-graduado em Publicidade e Propaganda, com canudo e tudo,  fala em cascatas sobre os seus primeiros trabalhos na publicidade cearense (lá se vão mais de 30 anos) e, mais devagar, explica o desenvolvimento de conteúdo e o feitio visual de cada campanha. Quando quer, ele é didático: me ensinou, como se eu fosse uma aluna, apontando na mesa um cartaz colorido,  o passo a passo lógico de cada símbolo, de cada cor, de cada significado, satisfazendo minha curiosidade de aprendiz. Confiante e independente, Eduardo Odecio Camelo de Almeida, ou Dudu, “artista por vivência, publicitário por sobrevivência”, nos dá o prazer de conhecer um pouquinho mais desse apaixonado pela liberdade, pela aventura e pela família.  Entre uma frase e outra, ele cita os filhos, a mulher, os pais, uma irmã, a sobrinha, os personagens de sua arte pintura. “Tem mais alguma coisa para perguntar? Aproveite, eu tenho pressa de viver”. 

 

 

  1. Em que outra época gostaria de ter vivido:  não sou saudosista, mas acho o Renascimento uma grande época para se ter vivido, de preferência em Florença, se pudesse escolher o local também.

  1. A palavra que eu mais (menos) gosto  é Obrigação. A que mais gosto é Liberdade.

  1. Um filme para ver de novo: “O Ano Passado em Marienbad”, de Resnais, para tentar entender o que realmente aconteceu lá.

  1. Politicamente, eu… Sou um livre pensador.

  1. Quem você ressuscitaria: Leonardo da Vinci.
  1. O livro que já li várias vezes foi Guerra e Paz.

  1. Eu me acalmo com a arte de pintar

  2. Eu me irrito com muita frequência (risos)
  3. A emoção que me domina é aquela que me define no momento.


  4. Um dia ainda vou descer de moto até a Patagônia.


  5. Existem heróis? Qual o seu? Existiram. Morreram todos, inclusive meu pai, Eduardo Patrício, o maior de todos, grande nas qualidades e nos defeitos.

  6. Religião para mim é cada um na sua.

  7. Dinheiro é a coisa mais barata da vida, a mais cara é a liberdade.

  8. A vida é curta. Por isso curta enquanto pode.
  9. Se você tivesse o poder, o que mudaria – voltaria a capital para o Rio de Janeiro.

  10. Eu gostaria de ser alto, forte e de olhos azuis. Seria o dono do mundo. (risos)

  11. Não perco uma oportunidade de fazer piada. Aliás, perco um amigo, mas não perco a dita cuja.
  12. A solidão e o silêncio são conquistas. Poucos conseguem este privilégio.

  13. O Brasil é kafkiano.

  14. O ser humano vai alcançar as estrelas, ou morrer tentando.

  15. Eu sou eu e minhas circunstâncias. (Ortega y Gasset). Mas para ser um pouco mais original eu diria que sou poeira cósmica, e é pra lá que eu quero voltar.

                Dudu não tem dúvidas ao declarar que é  muito curioso, intenso e direto, com uma personalidade excêntrica, poderia muito bem ser ainda um (impaciente) escritor, um poeta, talvez.  Sensibilidade à flor da pele e uma história que precisa de um livro pra contar, chega a ser atrevimento tentar sintetizá-lo aqui e agora. Dudu é um campeão na comunicação, na propaganda e marketing (inclusive político).  Dudu pinta, é um artista plástico discreto, que a publicidade ainda sufoca. Dudu é motoqueiro de um tipo especial, que anda devagar, e ainda vai à Patagônia sobre essas duas rodas. Sua Síntese (a agência, cuja direção partilha com a filha) é só mais uma de suas sínteses.

 

 

 

 

Heliana Querino

Heliana Querino Jornalista

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Heliana Querino Jornalista