Deputado Dr. Santana (PT) quer evitar o fechamento de hospital de referência em psiquiatria

Durante o primeiro expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa, o deputado manifestou preocupação com o possível fechamento do Hospital Santa Tereza, do Crato, referência na área psiquiátrica. Segundo ele, o hospital ameaça fechar as portas por estar com dificuldade para se manter em funcionamento.

O parlamentar disse que o problema foi apresentado por vereadores do município, que pediram a realização de uma audiência com o secretário de saúde do Estado, Henrique Javi. As famílias dos doentes crônicos, dos doentes que apresentam sintomas que necessitam de internação estão preocupadas para onde serão levados esses pacientes caso se confirme o fechamento da instituição.

“Solicitamos uma reunião, juntamente com uma comissão de vereadores, com o secretário de Saúde, que prontamente se comprometeu a nos receber próxima semana. Queremos discutir as alternativas e os caminhos a seguir para garantir o atendimento e acompanhamento de doentes mentais na região do Cariri”, informou.

O parlamentar fez um histórico do tratamento psiquiátrico, que, na avaliação dele, evoluiu. Ele fez um resgate de como eram tratados os doentes mentais, “os loucos, como eram chamados”. Segundo o deputado, logo nos primórdios, os pacientes eram expulsos da cidade, pois incomodavam, eram inconvenientes. “Não aceitavam nem que ficassem perambulando pela cidade, mendigando ou tentando sobreviver de alguma outra forma”, disse.

Posteriormente, acrescentou o petista, o paciente passou a ser confinado. Pesquisaram-se diversas formas de tratar. Crenças populares indicavam que essas pessoas estavam endemoniadas, tinham espíritos, e a forma de tratá-los era agressiva, com choques e torturas, para que o espírito abandonasse o corpo. “Era um tratamento desumano, degradante”, recordou.

O parlamentar afirmou que, com o avanço das pesquisas, percebeu-se que se tratava de uma doença orgânica e se procurou adotar uma forma humanizada. “Mas com muita medicação, tratamento químico e, às vezes, com procedimento cirúrgico também agressivo. Até que, nos dias atuais, tem se buscado a integração desses doentes com as famílias, com a sociedade e mais respeito aos seus direitos. Então essa é a tese que prevalece hoje”, relatou.

Segundo ele, as unidades que funcionam com esse fim são os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), onde pacientes aprendem a trabalhar com pinturas, artes e a fazer um trabalho com que se sintam úteis e que possam usar como terapia. “Aqueles casos mais graves adotam uma estratégia de tratamento que é no próprio domicílio do paciente”, afirmou. Ele ressaltou, no entanto, a importância de unidades de internação psiquiátrica para tratamento de casos mais graves.

Foto: Divulgação Fonte ALC

Franzé de Sousa

Repórter Fotográfico/Videomaker, colaborador do Segunda Opinião.

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