O deputado Carlos Matos (PSDB) fez pronunciamento, durante sessão plenária da Assembleia Legislativa, para abordar a crise hídrica do Estado. Ele afirmou que está havendo baixa execução de obras hídricas por conta de corte dos orçamentos no programa de ações de combate à seca.
De acordo com o deputado,“boa parte dos açudes está com pouca água e de baixa qualidade. Atualmente 109 municípios são abastecidos com carro-pipa, e mais 37 passarão a receber água por esse sistema até o final do ano. O mais grave é que dois terços da água estão contaminados, agravando a situação de saúde do Estado”, frisou.
O parlamentar lembrou que, em 2001, quando secretário de Recursos Hídricos, criou o “mercado de água, projeto que foi referência nacional, visava garantir a economia de água. De lá para cá, quase nada foi feito. Produtores não receberam recursos para assegurar a economia de água”, pontuou.
Carlos Matos disse ainda que há 2.500 poços a serem executados, porque as empresas que ganharam licitação estão desistindo. “Só mil poços serão perfurados. É importante que seja acelerado esse projeto”, sugeriu.
Ao comentar sobre edição do jornal que traz a informação de que os efeitos da seca estão chegando aos açudes da Região Metropolitana, ele afirmou que “nada foi feito para conscientizar sobre o consumo racional de água. Temos o uso perdulário. Vamos esperar que o colapso chegue? Nada foi feito com relação ao rastreamento dos grandes consumidores”, questionou.
De acordo com o deputado, desde 1987, quando foi criada a Secretaria de Recursos Hídricos, nenhum concurso de pessoal foi feito para o órgão, que “abrange uma área que é estratégica do Ceará”. Ele propôs algumas ações que podem ser realizadas, “como reúso da água de esgoto e utilização de dessalinizadores para minimizar os efeitos da estiagem”, concluiu Carlos Matos.
