Cada palavra não dita

Cada palavra não dita, adiada, contabilizo um dia a menos de sol.
É aquele abraço apertado, que nunca irá receber. É o beijo demorado, guardado, que não chegará.

Cada palavra não dita, engasga, sufoca.. fazendo cair chuva até inundar.
É sorriso de menos e saudade demais. É noite de luar e um teto assombroso a nos frear, nos impedindo de contemplar seu brilho.

Cada palavra não dita é barreira, é muro…abismos sem ponte.
É inércia, quando o desejo é de acelerar. É ser âncora no meio do mar.

Cada palavra não dita, por fim, é um passado revivido constantente. É um presente sem movimento. É um futuro diferente do que se sonhou!

Marta Pinheiro

Poetisa, natural de Fortaleza, Ceará. Desde pequena demonstrou grande interesse pela literatura, aos 9 anos de idade fez seus primeiros rascunhos. Autora de contos e poesias que retratam cenas cotidianas. Atua como produtora cultural. Foi uma das fundadoras do Bloco Carnavalesco Hospício Cultural e uma das idealizadoras do projeto Sarau Casa de Poesia, iniciado em 2015 juntamente com a poetisa Carol Capasso. Teve dois de seus poemas publicados na antologia poética “ Flor de Resistência” organizado pelos escritores Ricardo Kelmer e Alan Mendonça. Seu livro de estréia é “Engenho de Dentro”, em processo de finalização.