AO MESTRE DO SUSPENSE EDGAR ALLAN POE

Na penumbra de uma noite fria, onde as sombras dançam ao som do vento e os murmúrios do desconhecido ecoam, é onde encontramos a essência enigmática de um dos mais proeminentes mestres do terror e da melancolia: Edgar Allan Poe.

Permitam-me, caros leitores, conduzi-los a um passeio pelos recantos sombrios da mente deste genial escritor.

Edgar Allan Poe, com sua vida marcada por tragédias e infortúnios, encontra na escrita o refúgio para suas tormentas interiores. Seus contos e poemas são como janelas abertas para um mundo macabro, onde o sobrenatural e o terror se entrelaçam em uma dança sinistra.

Como um alquimista das palavras, ele mistura gotas de melancolia com pinceladas de horror, criando um universo único e inquietante. Nas páginas de “O Corvo”, acompanhamos o tormento de um narrador solitário, assombrado pela presença de uma ave negra que repete incansavelmente uma única palavra: “Nunca Mais”. Essa repetição incessante ecoa não apenas nos corredores sombrios da casa, mas também na alma do protagonista, trazendo à tona suas angústias mais profundas.

Em o ” O poço e o Pêndulo”, somos transportados para as profundezas de um calabouço durante a Inquisição Espanhola. A cada linha, sentimos a agonia do prisioneiro enquanto ele enfrenta um destino terrível e inevitável. Poe nos leva a mergulhar nas profundezas da loucura humana, onde o medo e a claustrofobia se entrelaçam em uma dança macabra.

E o que dizer de ” A queda da casa de Usher”? Nesta narrativa sombria, testemunhamos a decadência de uma família amaldiçoada, cujo destino se entrelaça com o da própria mansão que habitam. A atmosfera claustrofóbica e a sensação de iminente desgraça nos envolve a cada página, enquanto acompanhamos o colapso inevitável de tudo o que é conhecido e familiar.

Entretanto, não podemos falar de Poe sem mencionar sua própria vida, marcada por perdas e tragédias que ecoam em sua obra. A morte prematura de sua amada esposa Virgínia, é um tema recorrente em muitos de seus escritos, refletindo sua própria dor e desespero diante da perda.

Contudo, apesar de toda a escuridão que permeia sua obra, há uma beleza singular nos escritos de Poe. Sua habilidade em pintar paisagens góticas com palavras, em criar atmosferas carregadas de tensão e em explorar os abismos da psique humana são testemunhos de um talento incomparável.

Assim, enquanto as sombras se alongam e o vento sussurra segredos antigos, lembramos com reverência e fascínio do legado deixado por Edgar Allan Poe. Seus contos e poemas continuam a nos assombrar, desafiando-nos a explorar os recantos mais sombrios de nossa própria imaginação, pois como disse o próprio Poe, “Todos nós temos monstros dentro de nós, basta apenas despertá-los”.

Marcos Abreu é poeta e escritor brasileiro

Marcos Abreu

Poeta, Escritor, Declamador de Poesias, interprete do cancioneiro em MPB e outros gêneros; cronista, contista, romancista. Nascido em Fortaleza-Ceará é autor das seguintes obras: "Poesias de um Poeta Louco"(1995), " Nas Teias da Poesia" (1997)-Editora Passárgada- Pernambuco-Recife "Retalhos Poéticos" Poesia Livro-2000 Cordéis Publicados: " A Revolução Humana" publicado pela Fraternidade Arte e Cultura-2011 " O Rouxinol e a Rosa" Literatura Infantil- Editora Flor da Serra-2016 " A Coisificação da Sociedade na pós-modernidade" " Versos de Ouro" Fecomércio-Senac-Sesc-IPDC Antologias: Poetas da Praça do Ferreira-Editado Pela BSG-Bureau de Serviços Gráficos-Editor- Márcio Catunda-2018 "Amor Música e Poesia" Editor: Antonio Pompeu. Romances: " O Louco e o Estado-Expressão Gráfica-Fortaleza-2019-Edição e Prefácio-Dimas Macedo