Vivemos um momento de inflexão, por Haroldo Araújo

O Goldman Sachs tem sido capaz de fazer previsões que se concretizam. Pudera ele está com seu bunker encravado no centro de Manhattan e com braços estendidos pelo mundo inteiro. Não é o maior banco do mundo em ativos, talvez seja o trigésimo colocado, mas é o banco que mais acerta nas previsões. Acontece que sua previsão para o Brasil é que a crise dá sinais de que vai demorar muito a ser resolvida e isso tem consequências.

Todos sabem que essas “Instituições” têm sua linda história divulgada com muita transparência, caberia num livro mas com algumas páginas arrancadas: Me refiro ao caso da Grécia na crise europeia, quando a “Instituição Financeira” de origem Anglo-Saxã conseguiu mascarar a situação grega com uma operação para enfrentamento das condições de enquadramento nas exigências fiscais do Tratado de Maastricht. Deu no que deu!

Christoforos Sardelis, então chefe da Agência de gerenciamento da Dívida Pública da Grécia, descreveu o acordo como: “ Uma história muito sexy entre dois pecadores”. Porque tantas explicações sobre a Instituição? Porque agora o Goldman Sachs nos adverte sobre a solução para a crise do Brasil e para o seu enfrentamento: A recessão não será resolvida com rapidez pela disputa política vigente. Falta de lucidez que trará graves consequências para todos.

Pois é! O Goldman Sachs está prevendo que nossa recessão será em “W”. Deveria ser em “V” como aconteceu na maioria dos países em dificuldades. A questão é que aqui no Brasil estamos diante de uma disputa política pelo poder por interessados não em consertar tudo, mas em retomar o poder. E ainda tem o desplante de construir um discurso de que estão preocupados com os trabalhadores.

O que se consegue mesmo é aprofundar a crise e afundam nossas esperanças de obter a retomada que os brasileiros mais desejam: “A Retomada do Crescimento”. Evidente que esses pretensos arautos da democracia tentam nos passar uma ideia de que são defensores dos empregos e dos trabalhadores, quando não escondem uma atitude que mais tarde lhes cobraremos: A destruição do Patrimônio Público com milhões em prejuízos materiais.

A política é a busca do entendimento e é também a habilidade para tratar das relações humanas com o objetivo de obter os resultados desejados. Os resultados desejados pela oposição deveriam ser os mesmo dos governistas: Arrumar nossas Finanças. Acontece que estão em confronto por objetivos diferentes. Certamente os objetivos precisam coincidir os do povo brasileiro que deseja sair da recessão. Vivemos um momento difícil por uma única causa “disputas políticas pouco responsáveis!”.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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