A chamada Herança Maldita de FHC para Lula, assim como Ele sempre se queixou! Não existiu, mas antes pelo contrário foi uma bendita gestão que ajudou Lula a navegar na maionese, conforme Ciro Gomes: Lula surfou numa onda de benesses porque o país estava preparado. Ao contrário do que todos percebiam o Presidente de então, muito carismático, afirmava sempre o contrário.
Não precisa dar nomes ou rótulos porque FHC não foi carismático e trabalhou para o futuro, nunca para o momento. Todos os políticos têm defeitos e qualidades: O visionário Lula tinha qualidades também, a exemplo de pensar que exportaria programas de combate à pobreza que aqui não acabou.
Um escancarado FLA X FLU se estabeleceu na política brasileira e predominava nos debates, por que? Porque não havia mais do que essas duas opções: Lula ou FHC polarizados. O Brasil empobreceu na política e nos debates por longos 15 anos! Como é que se pode chegar à um ponto em que somente duas lideranças pontificavam! E até ficaria difícil entender a quem servia aquela polarização? Ao Brasil e à democracia? Não mesmo. Até porque uma era do bem e a outra do mal. Se isso não é maniqueísmo, então eu não sei o que é isso.
Foram deixadas no esquecimento muitas lideranças e suas boas ideias! Ideias que pontificariam e assim não nos foi possível averiguar na definição de novos rumos para o país e não é preciso dizer que ambos os lados (PT e PSDB) deram uma de “João sem braço” ao deixar esquecer nomes de grandes figuras da República, assim como FHC fez com Itamar Franco e Lula fez o mesmo com FHC. Sempre assim, esquecendo de agradecer os feitos do antecessor!
Estabeleceu-se uma história de descontinuidade e desconstrução capaz de destruir a memória da nação, pelo menos foi assim na política e parece ter continuidade na evolução dos feitos para alcançar o atual estágio de dificuldades econômico-financeiras de nosso país. Pagamos muito caro por essa escolha! Por que? Porque todos que se esmeram em buscar respostas para a atual descontinuidade de nossa evolução na adoção de “Políticas Públicas” perdem a avaliação crítica e sofrem de uma descontinuada reflexão do que nos estimularia à busca da volta de vocação desenvolvimentista, ora esquecida. Um país com imenso território livre como o Brasil pode sonhar com isso sim.
Não fica difícil identificar uma certa vontade de ser o verdadeiro pai de uma vitória, a vitória de um povo que durante décadas lutou para derrotar o dragão da inflação e do subdesenvolvimento. Como se diz: “A vitória tem muitos pais e a derrota não tem nenhum”. Bem que deveriam assumir os erros para que pudéssemos discutir e evitar reincidências.
Quem somos e de onde viemos nessa redemocratização que não cansamos de repetir é muito jovem! Eu completo como protesto! Não é pela idade, mas pelo mau trato que lhe foi dada pelos nossos políticos, que ao se alienarem (tipo Base Aliada) por conveniência ou não, no mínimo, se omitiram e negaram ao povo o pleno domínio de escolha de seus destinos.
Não sou político de profissão, e não me julgo apolítico simplesmente porque não faço apologia política partidária, mas tenho a obrigação de ajudar na construção das escolhas de melhores caminhos para nossos jovens! Não pelo radicalismo e nem pela busca de alinhamento com os que lutam por suas corporações, mesmo que em prejuízo de todos.
Num Brasil de trinta partidos, meu partido é o do Brasil. Num Brasil dividido como foi, será preciso correr em busca da reunificação. Polarizações são salutares, mas desde que sejam entre alternativas que tenham por objetivo a construção de um Brasil melhor e que os debates se façam em torno de propostas e caminhos construtivos e pensando em nossos sucessores, porque os que nos antecederam buscavam esquecer o que receberam, por conveniência ou não, não sabemos! Porque de uma coisa temos certeza: Pelo Brasil é que não foi.
Os que desconstruíram nossa evolução pela falta de uma melhor reflexão, não sabemos, também nos deram descontinuidade na construção de uma melhor escolha e embarcamos numa tremenda canoa furada, sem história e amparada num mito.
Não seremos os melhores pela desconstrução de adversários, afinal são adversários somente, mas discutiremos com todos suas ideias boas ou não , mas são ideias que debateremos para aperfeiçoar com amplas possibilidades de caminhos e alternativas de gestão, assim como prescreve a democracia.