Um nome para a história, por Oscar Sales da Cruz

O momento que se vive hoje no pais repercute nos quatro-cantos do mundo. Trata-se do Fator Lula. O Presidente do Brasil que em dois mandatos conseguiu proporcionar ao povo, na medida do possível, os bens que lhes são de direito do modo que nenhum outro governo ou alguma coisa que o valha fez, pelos seus governados, desde o nosso “descobrimento”. Saiu do seu segundo mandato com 83% de aprovação, o maior da nossa história. Fortalecido, conseguiu também eleger sua sucessora suplantando todas as escaramuças, as mais abjetas, que seus inimigos, profissionais do ramo, regiamente remunerados, plantaram sob a regência da grande mídia conservadora. Sucedeu que Lula passou a ser conhecido no mundo todo despertando a admiração de quantos lá fora tomaram conhecimento de sua obra. Os segmentos da sociedade que se dizem elite, utilizando mão de obra especializada, conseguiram transformar inveja em ódio e astuciosamente disseminá-lo no seio de outros etos, incluídos os surgentes mal-agradecidos, beneficiários dos Governos Lula/Dilma.

Os efeitos positivos do Governo Lula ficaram mais conhecidos algures onde ainda se pratica Jornalismo com honestidade. Diferente dos veículos de comunicação que aqui dominam o mercado, privilégio de seis famílias, verdadeira afronta aos mais de 202 milhões de brasileiros. Vale lembrar que os feitos do Lula não são coisas que surgiram num passe de mágica. Lá fora, também sabem pelas tábuas da História que o inglês Thomas Hobbes (1588 – 1679) […] “Propôs [em seu Leviatã (1651)] que os indivíduos existiam antes do nascimento das sociedades e que tinham se unido a essas sociedades somente para seu próprio benefício, concordando em renunciar a seus direitos em troca de proteção” ( Alain de Botton, “Desejo de Status”). Outro inglês, John Locke (1632 – 1704), influenciado por Hobbes veio mais adiante e arrematou, em “Dois Tratados Sobre o Governo” (1689): “[…] Deus não dera a Adão, raciocinou Locke, o ‘domínio privado’ sobre a terra. Ele havia dado a terra a ‘humanidade em comum’, para o desfrute de todos. Os governantes eram os instrumentos do povo e só podiam ser obedecidos à medida que servissem ao interesse geral. Nascia aqui uma ideia surpreendentemente moderna: de que a justificativa dos governos estava em sua capacidade de promover oportunidades para a prosperidade e a felicidade de todos os governados” (Ainda o Botton). Aprendendo com a evolução do tempo Lula fez isso mesmo modernamente apresentado com nova formatação.

No seu Governo, 40 milhões de pessoas foram tiradas da linha de pobreza. Em sequência, o Brasil exporta “Fome Zero” e se torna 10º maior doador mundial (Rafael Belincanta direto de Mkuranga – Tanzânia, 3fev2013) O Brasil, porém, fez a maior doação repassada ao World Food Programme (WFP) de sua história em 2012, terminando o ano como o 10º maior doador, com mais de US$ 82 milhões.

Com Lula o Brasil passou de devedor a credor do FMI; Com Lula o Brasil falou de igual para igual com Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido França e outros países terceiro-mundistas; Foi o Lula que cunhou aquele B dos BRICS; foi com a autoridade de quem transformou um país enxovalhado, vilipendiado pelo neoliberalismo do seu antecessor num país respeitado, saindo duma situação de risco de 2.446, em set/2002, para apenas 137, em nov. /2007; foi também com Lula que o Brasil esteve muito perto de  conseguir assento permanente no Conselho de Segurança da ONU; foi o Marco Civil da Internet gestado no Governo Lula e aprovado pela Câmara dos Deputados no Brasil, que serviu de exemplo para o Parlamento Europeu aprovar a sua Neutralidade da Rede.

E mais:

Em 10/jun/2013, uma manchete no Estadão estampa: “ Com 55 honrarias, Lula lidera lista de homenagens a presidentes

Com 11 títulos de doutor honoris causa recebidos em menos de um mês, petista chega a 24 e supera os antecessores “.

Rede Brasil Atual, 26/set/2011: Lula será o 16º doutor honoris causa de universidade francesa em 140 anos

Pela primeira vez, um latino-americano receberá o título de instituto que formou nomes como François Miterrand, Marcel Proust e Pascal Lamy.

Prêmios e honrarias recebidos por Luiz Inácio Lula da Silva

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Esta é uma lista dos principais orêmios e honrarias que o ex-presidente Lula recebeu.

Em maio de 2014, Lula foi homenageado com uma escultura instalada no AMA (ART Museum Of the Americas).

Na mesma matéria segue-se uma lista dos prêmios e honrarias – Sim! Ao Lula!:

São trinta e sete itens contemplando todas as partes do mundo; e por economia de tempo e espaço vão aí somente algumas: México; Cabo Verde; Portugal; Gabão; Reino Unido; Panamá; Argélia; Colômbia; Paraguai; Peru; Espanha; Fundo das Nações Unidas Contra a Fome; Prêmio Pela Paz,da UNESCO; Davos-Suiça; França; Russia; Catalunha; República de Benin; África do Sul; Índia. Ressalte-se: em alguns países mais de um prêmio.

O sentido, aqui, das denotações do sucesso de Lula como Presidente não está em tecer vanglórias a ele, mas mostrar que se justifica a preocupação com o destino que lhe aguarda, neste momento em que paira sobre sua cabeça a espada de Dâmocles. Cabe preocupação, sim, quando se sabe que os pecados impingidos ao Lula para leva-lo ao cadafalso são apenas a evolução de um pensamento esboçado lá atrás em Hobbes e Locke.

Vale lembrar, sempre, da reação das nossas “zelites” quando começaram a ver nos aeroportos nossos pretos – assim mesmo, preto

-, e pobres, agora para viajar de avião, e não para carregar bagagens dos outros; também, com direito a Universidade; idem, empregadas domésticas usufruindo de Carteira do Trabalho assinada.

Foi Lula quem resgatou a autoestima do povo, aumentando o seu poder aquisitivo, com salários mais justos, e políticas públicas propiciando a sua inserção na economia do país fazendo-a andar, estagnada que estava.

Hoje, a perseguição imposta ao Lula, com ameaças de prisão e banimento da vida pública impedindo-o de se candidatar a um novo mandato, repercute lá fora também. Principalmente, por se tratar de acusação sem nenhuma prova. Além do que, é sobejamente conhecido o motivo; e a quem interessa tal condenação.

Como se explicar então a sanha persecutória ao Lula, senão por conta de um conjunto de mazelas da sociedade humana, fruto da distinção de classe: Lula sobreviveu como retirante das agruras de uma região inóspita, até mesmo desdenhada por outras regiões mais privilegiadas, e esquecida pelos governantes do país, de até então.

Reporte-se, por pertinente, o dito de Galeano no seu La fabricación del culpable.

“Um dia como hoy del año 33, dia más, dia menos, Jesús de Nazaret murió en la cruz. Sus jueces lo condenaron por incitación a la idolatria, blasfêmias y superstición abominable. Unos siglos después, los índios de las Américas y los herejes de Europa fueron condenados por esos mismos crímenes, exactamente los mismos, y en nombre de Jesús de Nazaret se les aplico castigo de azote, horca o fuego”.

Atalhando os fariseus: – Não é comparação, é tão somente exercício de memória.

A considerar que nada é por acaso, seguem-se alguns pensamentos a título de ilustração:

Marcel Proust:

“A maioria dos homens gasta a melhor parte de sua vida a tornar a outra miserável”.

Plauto:

Homo hominis Lupo – O homem é o lobo do homem. Frase em uma de suas comédias. Queria dizer que o maior inimigo do homem é o próprio homem. (Dicionário Escolar da Língua Portuguesa- 11ª edição/ 14ª tiragem).

, Hanna Arendt recorda que a prática do mal, em nosso tempo, exerce “uma atração mórbida” sobre grande parcela da população de nossa época.

O homem é o único animal que se devota diariamente a tornar os outros infelizes. É uma arte como outra qualquer. Seus virtuoses são chamados de altruístas. (H. L. Mencken)

Bertrand Russell:

O invejoso, em vez de sentir prazer com o que possui, sofre com o que os outros têm.

Bertrand Russell:

“Poucas pessoas conseguem ser felizes, a menos que odeiem alguém.”

Nesse contexto, bem pode estar a raiz de tanto ódio devotado ao Lula. Nele está retratada a miséria humana.

Vê-se, pois, que as ofensas assacadas contra o Lula não é que ele tenha praticado alguma coisa que o desabone, nem tampouco por desejo de mudança para melhor, é bem patente um fenômeno que Umberto Eco resume com muita propriedade:

“Com o advento da Internet as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis.”

Esta é a história do Lula até aqui; não conseguiu assento permanente para o Brasil no Conselho Permanente da ONU, mas assegurou, por seus feitos, Cadeira Cativa na História do Brasil.

Convidado

Artigos enviados por autores convidados ao Segunda Opinião.

Mais do autor

Convidado

Artigos enviados por autores convidados ao Segunda Opinião.