A CF 1988 trouxe o Presidencialismo de Coalisão. Os Presidentes eleitos foram se acomodando à modalidade e os problemas foram se amontoando. Era impossível imaginar que, qualquer que fosse o partido político do Presidente eleito, ele não buscasse as mais amplas alianças para governar o país. A deterioração dessa política tem sido de tal modo que se pode considerar uma das razões do insucesso das tentativas de melhorar a gestão pública brasileira. O programa do PSDB sob comando de Tasso Jereissati afirmou: que era mais de cooptação do que de coalizão.
Evidente que o financiamento empresarial de campanhas foi a origem de todos os males. Havia casos em que o grande empresário doava recursos para os vários candidatos à Presidente da República. Os candidatos aquinhoados eram de partidos díspares não importando se era azul ou encarnado! Fosse qual fosse a ideologia. Não se poderia deixar de imaginar que o financiador deixasse de contar com o retorno do dinheiro empregado e esperava firmar contratos de modo a compensar as doações! Estaria, portanto, do lado daquele candidato que vencesse.
O eminente ministro do STF, Dr. Luís Roberto Barroso, afirmou que seria “Ideal” que a Reforma Política trouxesse: A decantada redução do custo das campanhas eleitorais e também aumentasse a necessária representatividade democrática do Congresso Nacional. Adiante ele completa: É preciso “Assegurar a governabilidade”. De forma contundente foram as mais duras palavras do magistrado ao afirmar que: O fundo de R$ 3,6 Bilhões para financiar as campanhas é um desaforo. De minha parte acho que o senador Tasso e o ministro Roberto Barroso defendem a Reforma. Não significando apoio ao “Distritão”. Barroso apoia o Distrital Misto.
Interessante na classe política é que todos pretendem sair da atual situação! O que diz Rodrigo Maia, Presidente da Câmara, é que o “Fundo” a ser criado tem a finalidade de permitir uma transição para o futuro e pelo que entendi ele não pode estar errado: Extingue-se o Fundo com o Voto “distrital Misto”. Acontece que o dinheiro em elevados valores vai exigir um trabalho de auditoria financeira para o TSE, porque nesse montante de R$ BILHÕES torna-se indispensável o controle por tratar-se de recursos públicos. Portanto terá seus custos aumentados! O argumento mais forte é o de que elimina o financiamento empresarial.
O eminente ministro do Supremo Tribunal Federal também disse que precisamos de uma reforma urgente no sistema partidário. Na visão dele, o modelo atual faz com que a política vire um “balcão de negócios” e estimula a desonestidade. Luís Roberto Barroso afirmou não ter nenhuma simpatia pelo modelo de financiamento empresarial e ainda disse que “foi ele (o financiamento empresarial) quem nos trouxe para esse lamaçal onde estamos”. O Dr. Roberto conclui que o Voto Distrital Misto será a “Redenção da Política Brasileira”.
Podemos destacar os argumentos de debatedores na Rádio CBN acerca das vantagens do famoso “Fundão”: Elimina a vantagem de poderosos, fazendo um nivelamento dos mais carentes com os donos de recursos abundantes. Nivelando assim a potencialidade financeira. Se não tiver o Fundo de R$ 3,6 Bilhões para socorrer os menos aquinhoados, os detentores de recursos marginais (caixa dois e etc.) poderão se aproveitar da oportunidade. A Reforma Política é importante para destruir os abusos descobertos pela Lava Jato e precisa de um debate sim!
Começamos o debate aqui no jornal Segunda Opinião: O colunista deste Jornal Eletrônico, Dr. Cleyton Monte (Professor Universitário em cadeira de Ciências Políticas), afirma que o Distritão irá perpetuar lideranças políticas, aumentar o custo das campanhas e enfraquecer os partidos. O debate é oportuno e indispensável ao aperfeiçoamento da Reforma Política em votação!