Tite prova que tudo depende de quem comanda

Três jogos, três vitórias. Quaisquer que sejam as circunstâncias, o tempo ou o lugar, seja num time de futebol, numa empresa, num governo ou numa escola de samba, tudo depende das pessoas, de quem está no comando.

A maior prova disso é o técnico Tite, que pegou os sobreviventes de uma seleção brasileira desmoralizada após os 7 a 1 e, em pouquíssimo tempo, montou um time competitivo, que devolveu a confiança à torcida e aos próprios jogadores.

Num país carente de lideranças e de referências em todas as áreas, Tite se tornou a única unanimidade nacional em apenas três jogos á frente da seleção brasileira, que estava ameaçada de ficar de fora da Copa do Mundo, pela primeira vez na vida, quando ainda sob o comando de Dunga.

Tite já era uma unanimidade como o melhor técnico de futebol do país, o substituto natural de Felipão após o vexame contra a Alemanha na Copa, mas os nossos indigentes e corruptos cartolas, sob a mira do FBI, preferiram convocar Dunga, um técnico medíocre como eles.

Foram dois anos perdidos até entregarem o comando a Tite, que se preparou para isso, e é um homem de caráter, capaz de ressuscitar o orgulho pela nossa seleção.

Antes de começar o belo passeio dos 5 a 0 contra a Bolívia, na noite de quinta-feira, em Natal, Tite resumiu em poucas palavras o que esperava do jogo: “Mais importante do que o resultado é o desempenho do time. O resultado é consequência”.

Simples assim: o belo espetáculo de Neymar e cia., em que os gols saiam naturalmente ao final de jogadas ensaiadas, batendo uma bola como há muito tempo não se via, prova que ele tinha razão.

Não é preciso ser gênio nem milagreiro, basta ter competência, honestidade e bom senso para transformar água em vinho, perdedores em vencedores, e sair do buraco para os braços da galera.

Tite não precisa nem ser campeão do mundo na Russia, como o grande Telê Santana também não foi na Espanha, com o timaço que montou. Já basta seu exemplo nas eliminatórias, em que parecíamos destinados à eliminação, para devolver ao povo a esperança de que as coisas podem melhorar, sim, dependendo de quem está na cabine de comando.

Isso vale tanto para o futebol como para tudo na vida. Se você sabe o que quer, para onde vai e como fazer para chegar lá, fica mais fácil. Para isso, é preciso confiar no taco de quem está dando as ordens à beira do gramado, na boca do palco ou nos palácios do poder. Não tem milagre.

Vida que segue.

 

(Texto do jornalista Ricardo Kotscho, originalmente publicado no balaio do kotscho).

Osvaldo Euclides de Araújo

Osvaldo Euclides de Araújo tem graduação em Economia e mestrado em Administração, foi gestor de empresas e professor universitário. É escritor e coordenador geral do Segunda Opinião.

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Osvaldo Euclides de Araújo

Osvaldo Euclides de Araújo tem graduação em Economia e mestrado em Administração, foi gestor de empresas e professor universitário. É escritor e coordenador geral do Segunda Opinião.