Tchau, querida Previdência! POR CAPABLANCA

Tchau, querida previdência! Este é o significado último e verdadeiro da proposta do Governo Jair Bolsonaro e do seu superministro da Fazenda Paulo Guedes. Por que? Porque a proposta dos dois faz sutilmente as seguintes mudanças radicais que se colocarão abertamente mais à frente: Mudança 1 – A Previdência sai da Constituição e poderá ser alterada mais facilmente; Mudança 2 – O sistema de capitalização dispensará a contribuição do empregador; Mudança 3 – Acaba a aposentadoria por tempo de contribuição; 4 – A correção anual do valor desaparece da norma legal; Mudança 5 – O sistema previdenciário desaparece e a aposentadoria será tratada entre o cidadão e seu banco.

Agora uma historinha. Cheio de problemas de dinheiro, em casa e na família, o homem foi ao Padre pedir ajuda. O Padre lhe disse: “Pegue aquele bode que está ali fora e leve-o para sua casa e amarre-o na perna da mesa da sala. Depois de duas semanas, volte aqui”. Crente, o homem obedeceu. Sua vida virou um inferno: casa suja, meu cheiro, o bode barulhento não deixava ningueem dormir direito, todos ficaram muito mais irritados. Completadas as duas semanas, o home foi ao Padre e lhe disse da piora geral. O Padre, então, disse: “Traga-me o bode de volta. Depois de uma semana volte aqui.” Assim o homem fez e voltou ao Padre sete dias depois para agradecer:”Padre, minha vida melhorou muito depois que o bode saiu. Adeus, obrigado.”

O problema do Brasil é diferente. O bode da recessão, do desemprego e da precarização crescente do serviço público veio para ficar. A retirada do bode ficará sempre como uma promessa: ele só sairá quando todas as reformas impopulares forem feitas. E o que são as ‘reformas impopulares’? São aquelas que não são apresentadas, debatidas e aprovadas pelos candidatos e pelo povo em eleição democrática.

Por isso, Michel Temer e Jair Bolsonaro são tão importantes.

Tchau, emprego com carteira assinada!

Tchau, melhoria do serviço público!

Tchau, querida previdência!

Capablanca

Ernesto Luís “Capablanca”, ou simplesmente “Capablanca” (homenagem ao jogador de xadrez) nascido em 1955, desde jovem dedica-se a trabalhar em ONGs com atuação em projetos sociais nas periferias de grandes cidades; não tem formação superior, diz que conhece metade do Brasil e o “que importa” na América do Sul, é colaborador regular de jornais comunitários. Declara-se um progressista,mas decepcionou-se com as experiências políticas e diz que atua na internet de várias formas.

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