Sensível: mercado, ministro, todos nós

A agonia está espalhada e a cada momento que passa as instabilidades políticas e econômicas no Brasil se elevam. A forte dependência por um salvador da pátria parece persistir. Ou a alguém confiável que irá resolver todos os problemas, e que sem ele vira um caos.

Desde o início do segundo mandado da presidente Dilma, todas as esperanças estão depositadas na nova equipe econômica, mais especificamente, ao ministro da fazenda Joaquim Levy. E a cada dia que passa seus desejos, falas, e metas parecem não surtirem efeito. O mais recente caso se dá em decorrência das metas fiscais, tanto para o ano de 2015, e principalmente, a de 2016 a qual a contragosto fora enviado ao congresso com déficit.

Fato esse que vem gerando insatisfações ao próprio ministro, que vem se sentindo desprestigiado pelo o governo. Visto que, nesses momentos de embate na equipe econômica, sua palavra não vem sendo a determinante nas soluções apresentadas. E que, a princípio, vem preponderando a maior flexibilidade proposta pelo ministro do planejamento Nelson Barbosa.

O ministro, sensível, parece querer “colo”. E que o governo dê claras demonstrações de seu poder e influência sobre os destinos da economia brasileira. Sensibilidade essa que vem propiciando burburinhos de que sua saída seria eminente. E para conter, vejam só, a presidente vem desesperada convocar toda sua equipe para tentar dar-lhe respaldo. Bem como, fora realizada reunião com o presidente do Bradesco e até a viagem do ministro a Turquia para participar da reunião do G-20 fora cancelada.

O mercado nada avesso às notícias, e muitas vezes as criando, vem refletindo de forma vigorosa as instabilidades. Dias a pós dias muito sensíveis e com grandes volatilidades, principalmente, em relação a cotação do dólar e os reflexos de uma possível perda do grau de investimento. Cotação essa que se comparada ao do final do ano de 2014, que estava em R$ 2,65, vem tendo picos até R$ 3,80, com uma variação de mais de 43%. Podendo, a medida que o cenário possa chegar a se agravar, chegar até uns 4,50.

Todo esse cenário de incertezas vem gerando aos brasileiros mais incertezas em relação ao seu amanhã.

Ricardo Coimbra

Ricardo Coimbra: Mestre em Economia CAEN/UFC, Professor UNI7/Wyden UniFanor UECE/UniFametro, Vice-presidente Apimec/NE, Conselheiro Corecon/CE.

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Ricardo Coimbra

Ricardo Coimbra: Mestre em Economia CAEN/UFC, Professor UNI7/Wyden UniFanor UECE/UniFametro, Vice-presidente Apimec/NE, Conselheiro Corecon/CE.