Sabem o que vai acontecer ao Brasil sem as reformas? por Capablanca

Vocês lembram daqueles tempos em que se dizia que o Brasil estava à beira do abismo e dentro de uma crise monstruosa, mais ou menos aí por volta das eleições de 2014? Vocês lembram do que diziam os economistas sobre o real problema do país? Sabe o que os economistas diziam ser o dramático problema central que se generalizava? Lembram que uma economista-filósofa ganhou projeção nacional porque diagnosticou que a crise brasileira era grave porque havíamos adentrado a “dominância fiscal”?

Pois é. Em 2014 o déficit fiscal primário era em torno de trinta bilhões de reais. Na verdade, um nada para um PIB de mais de dois trilhões de dólares, então.

Mas se dizia algo assim: o déficit vai quebrar o país.

Mudou o governo, mudaram os partidos no poder, mudaram os jornalistas e mudaram os economistas, mudaram as notícias, mudou o diagnóstico, mudou o prognóstico, mudou tudo.

O déficit fiscal primário multiplicou por mais de cinco, mas, curiosamente, ele deixou de ser problema. Por causa da PEC do Teto dos Gastos? Não, a PEC do Teto dos Gastos não produz efeito imediato, ela não reduz despesa, ela não aumenta receita, ela simplesmente congela gastos.

O déficit deixou de ser problema só Deus sabe porquê. Talvez porque mudaram os jornalistas e mudaram os economistas. Ou porque mudou o governo.

Agora o Brasil não depende mais do déficit. Nem se fala disso, nem se lembra disso,

Agora o Brasil depende das reformas.

Ou faz as reformas, ou o país quebra.

Sabe o que vai acontecer a curto ou médio prazo se acontecerem as reformas? Nada de relevante.

Sabe o que vai acontecer a curto ou médio prazo se não acontecerem as reformas? Nada de relevante.

E a longo prazo?

A longo prazo estaremos todos mortos, como disse John Maynard Keynes.

Capablanca

Ernesto Luís “Capablanca”, ou simplesmente “Capablanca” (homenagem ao jogador de xadrez) nascido em 1955, desde jovem dedica-se a trabalhar em ONGs com atuação em projetos sociais nas periferias de grandes cidades; não tem formação superior, diz que conhece metade do Brasil e o “que importa” na América do Sul, é colaborador regular de jornais comunitários. Declara-se um progressista,mas decepcionou-se com as experiências políticas e diz que atua na internet de várias formas.

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Ernesto Luís “Capablanca”, ou simplesmente “Capablanca” (homenagem ao jogador de xadrez) nascido em 1955, desde jovem dedica-se a trabalhar em ONGs com atuação em projetos sociais nas periferias de grandes cidades; não tem formação superior, diz que conhece metade do Brasil e o “que importa” na América do Sul, é colaborador regular de jornais comunitários. Declara-se um progressista,mas decepcionou-se com as experiências políticas e diz que atua na internet de várias formas.