A imprensa nacional e internacional já promovem o debate sobre como se comporta o atual governo nessa difícil quadra de adversidades estruturais e também analisam a postura governamental em face da atual conjuntura internacional provocada pela situação oriunda da zona do Euro e da possível elevação dos juros nos EUA.
Nossa economia é amparada, em significativa parcela, nos números de uma boa safra agrícola e do mercado interno e exportador diversificado. Todos carentes de uma logística modernamente aperfeiçoada para ser competitivos dentro e fora do Brasil. Não tínhamos no Brasil os meios para tocar e receber investidores dispostos ao risco e precisamos começar a parar de demonizar essa via de escolha. Os recursos governamentais são limitados.
Não se trata de administrar uma problemática de crises externas como assegurava o governo Dilma, porque essa questão de dificuldades econômico-financeiras é endógena. Pode-se afirmar que há um diagnóstico seguro de efeitos e de causas. Quando discutimos quais são as verdadeiras armas para superar essas dificuldades não queremos ser mais reais do que os reis, mas sem sombra de dúvida nos apoiamos em artigos de analistas e temos opinião sim e dela não abrimos mão: Precisamos modernizar e dar competitividade ao setor real da economia.
Michel Temer herda uma malha viária com carência de investimentos vultosos: “Obras paradas em todo o nosso imenso território”. Nossas maiores empreiteiras estão sob suspeita e casos há em que algumas poderão sofrer penalizações financeiras. O Brasil negligenciou a nossa infraestrutura por mais tempo que racionalmente (nunca) deveria ter feito e nem poderia abusar desse expediente. O trato a ser dispensado ao setor foi negligente!
A forma com que o governo tratou as grandes obras e a escolha do modo de operacionalização foi absolutamente prejudicial aos “interesses públicos e não trouxe os esperados benefícios privados” [ plagiando Eduardo Gianetti], exatamente como foi criticado pelo brilhante economista em sua obra com mais de 3 décadas. Os gestores públicos continuaram equivocados, apesar das advertências do autor da obra literária.
Para contornar esse paradeiro já se fala em projetos (em curso) no montante de R$ 37,5 BI. O objetivo dos projetos é trazer parcerias para investimentos e combater a queda dos negócios com recursos e com a geração de polos de desenvolvimento e atendimento às necessidades de obras de infraestrutura mais urgentes.
O governo promoveu o lançamento, neste mês de setembro último, de um programa de infraestrutura direcionado para o crescimento e que deu origem ao nome: “Crescer”. Para tocar as obras que ajudariam a rápida recuperação da economia, o plano reúne os projetos inconclusos e os de suas estatais empacados.
Nossa infraestrutura deficiente não recebe os investimentos necessários como exemplificamos comparativamente com a China que investe 8% do seu PIBÃO em obras de infraestrutura, enquanto nós brasileiros investimos 2% e olhe que nossa taxa sobre investimentos totais em relação ao PIB vem caindo. O investimento total no Brasil na composição percentual do PIB (dado mais recente esperado para 2016) R$ 6.000.000.000.000,00 não chega a 24%.
Esses 2% do PIB {direcionados ao Investimento em infraestrutura} precisariam ser triplicados ou pelo menos dobrados para se chegar ao montante de R$ 250 a R$ 300 Bilhões (a serem direcionados ao investimento) por essa razão já se fala em correr atrás do prejuízo provocado pelos atrasos de nossas obras vultosas como foi a do Trem Bala, Ferrovia Norte-Sul, Transnordestina e etc. A televisão mostrava tudo e parecia real e nós ficávamos encantados.
É preciso ter pés no cão, e, altruisticamente, pensar no Brasil e na volta dos empregos! É preciso parar com essa briga pelo poder e que vaidosamente tentam mostrar que se aproxima de uma questão ideológica e que num país de trinta partidos políticos não convence a ninguém que tem ideologia nisso! Essa é uma situação que grassa no Brasil como uma epidemia.
Para o Brasil crescer 4% ou 5% a.a. precisaria investir 25% do PIB de R$ 6,2 Trilhões e direcionar pelo menos 5% para recuperar nossos Aeroportos , Ferrovias e estradas, principalmente [ nesta última] que foi uma das equivocadas escolhas de JK para modal de transporte há mais de meio século .
Os políticos agora querem culpar a Lava-Jato! E o que digo? É preciso coragem para levar recursos para Investimentos em Infraestrutura e isso exigirá sacrifícios sim e os frutos? Serão colhidos por nossos netos e nós poderemos nos deliciar já em 2017 com o chamado ponto de inflexão a ser observado já em meados do ano.
O verdadeiro entrave à retomada do crescimento está nas escolhas para destinação dos recursos! Pagamos pelas nossas escolhas ou ganhamos com elas agora ou mais na frente. Dá para entender quais são os entraves da nossa economia? Os investimentos que não saem do papel.