Presidente Bolsonaro! Envie a Reforma Previdenciária aos Novos Parlamentares. Por Haroldo Araújo

Cabe ao líder que obteve 56.000.000 de votos compreender que será o Presidente de todos os brasileiros. Cumpre-lhe cobrar de seus ministros a competência técnica que motivou suas escolhas e, ele próprio, eleito democraticamente, agir de forma sábia. Nenhum governante ou chefe de estado será bem-sucedido em seu governo se não mantiver a serenidade ao fazer escolhas de rumos. Esse é o segredo da boa gestão, apontar caminhos e fazer escolhas certas.

Um Presidente da República do Brasil tem atribuições muito amplas, acumulando a chefia do governo e do estado. Acerca da segurança do cargo, não custa fazer um paralelo e lembrar de Eduardo Portella (1932-2017) que marcou sua passagem no governo como ministro da educação ao dizer: “estou ministro, não sou ministro”. Guardadas as diferenças com Presidentes, muitos não souberam observar limites no uso dos poderes e até foram além do deslumbramento.

Lembramos de Machado de Assis (1839-1908) em poema que faz referência aos mordidos pela Mosca Azul. Posso citar os casos mais recentes de um Indiana Jones (Collor) como foi chamado por Clinton e, também, aquele que chegou a pensar que era “O Cara” (Lula), ao acreditar na brincadeira de Barack Obama. Dilma acreditou que seria, algum dia, a mulher mais poderosa do mundo, depois da Merkel é claro. Com o mais absoluto respeito aos afastados do poder,

O poder desgasta àqueles que não entendem que não são pessoais tantos poderes. Precisam de humildade e compreensão da importância de manter os pés no chão. Vencedores de grandes batalhas no império romano, desfilavam orgulhosos de seus feitos e o imperador tinha alguém segurando a coroa e ao tempo em que repetia a seguinte frase: “Não esqueça que é um simples mortal”. Que seja um alerta ou advertência o exemplo de grandes pensadores da História.

Começará a perder o poder concedido, quando dele exorbitar ou deixar-se levar pelas emoções relativas ao seu exercício. É preciso sim, serenidade. Um só golpe na pobreza e pronto? Não, um governante deve saber o porquê das desigualdades sociais e diferenciar das regionais. A má distribuição da renda é histórica e a sua correção não será da noite para o dia. Quatro anos não é tempo suficiente para acabar com as injustiças, mas para combate-las é tempo suficiente sim.

A sociedade cobra mudanças e isso é recorrente ao longo de nossa história democrática. O povo continuará a fazer o mesmo no próximo pleito e, pelo voto, reconduzirá aos respectivos cargos aqueles que mostrarem isenção e respeito às reinvindicações dos eleitores. A alternância de poder é a consagração da democracia e tem sido capaz de ser construtiva em cada corrente de pensamento, de direita ou esquerda, que assume o comando da nação com foco nos resultados.

Não se pode condenar os políticos da esquerda ou da direita, eles também são parte da gestão que se inicia e saberão que a educação, a segurança e a saúde só terão um melhor quinhão do Orçamento Público se houver a necessária conscientização da responsabilidade que pesa sobre os ombros de todos. Serão convidados a agir como nossos representantes que nunca foram. Colocaram os serviços essenciais em segundo plano. O que será que estão esperando para agir?.

Na forma da CF/88 (Artigo 194) a seguridade social engloba: Saúde, Assistência Social e a Previdência. É justamente esse dispositivo que vem desarrumando nossas finanças há décadas e todos os ocupantes do Palácio do Planalto, de alguma forma, deixaram sua contribuição para sua continuidade. Nosso conselho é que usem de toda sua competência de articulação política para encarar este problema como prioritário. Acumular déficits para outros pagarem? Não!

Presidente! Envie essa proposta sim! Mas ao novo Congresso. Um parlamento que sabe o momento que vivemos. Um parlamento renovado e que tem consciência das responsabilidades.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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