A adoção de juros negativos pelos bancos centrais da Comunidade Europeia e Japão tem atemorizado o mercado financeiro mundial. Principalmente quando a Presidente do FED admite a possibilidade de adotar a mesma medida nos Estados Unidos.
O mercado alega que os bancos europeus, em especial, não têm capacidade financeira para absorver esse custo do dinheiro parado! Ora, cabe perguntar: Por que não emprestam esse dinheiro e dão uma contribuição para minimizar o insipiente crescimento mundial? O medo de perder é tão grande que preferem pagar para manter o dinheiro seguro? A desconfiança na recuperação de suas economias é tanta que preferem não emprestar? O fato é que, na escolha entre o que é bom para os bancos e o que é bom para a economia, os bancos centrais civilizados preferem proteger a economia.
Essas questões assumem relevância fundamental, quando comparamos com o Brasil. Aqui, mesmo, com a recessão sendo anualmente comprovada pelos números do próprio Banco Central, os juros são positivos e crescentes. Comportamento recorrente ao longo do tempo, confirmando que o Banco Central prefere mais proteger os bancos do que a economia. E nós, nem sequer ladramos enquanto a carruagem passa. A quase totalidade dos economistas e estudiosos do mercado continuam dizendo que os juros deveriam era subir mais para fazer de conta que estaríamos controlando a inflação. Quando sabemos que a inflação também está bastante elevada e sem controle.
Penso que já é hora da sociedade brasileira começar a reagir a essa unanimidade, rodriguianamente burra. Todo mundo está constatando que crescer é imprescindível. Para o Governo, as empresas e os empregados. Sem crescimento não temos receitas em canto nenhum e todo mundo perde.
Já é hora, no meu entender, de alguém pensar – séria e competentemente – em como podemos retomar o crescimento o mais breve possível. E, uma das medidas cabíveis seria colocar como missão do Banco Central do Brasil não só controlar a inflação como também assegurar o crescimento.
Em momentos de crise, todos nós sabemos, com base nas contas pessoais, que a primeira medida é cortar o que não for indispensável. A maioria das famílias e empresas está fazendo isso, razão da queda do consumo. Mas, não percebemos isso na gestão pública. E a economia brasileira não suporta mais esse descaso com a lógica elementar. Do jeito em que as coisas estão, caso não haja uma mudança significativa das decisões governamentais, teremos que torcer para que Deus realmente seja brasileiro!