Robert F. Kennedy disse com muita propriedade que:
“Uma vez iniciada uma guerra nuclear, mesmo entre pequenas e remotas nações, seria extraordinariamente difícil sustar uma progressão gradual que acabaria convertendo uma guerra local numa conflagração geral. Cerca de 160 milhões de americanos e centenas de milhões de outros povos poderiam morrer nas primeiras vinte e quatro horas de um duelo nuclear em grande escala. E, como disse Nikita Kruschev, os sobreviventes teriam invejados mortos.” (Luta por um Mundo Melhor, Robert F. Kennedy, Editora Expressão e Cultura, Rio de Janeiro, 1968, p. 178)
As palavras dele ecoam as de Hannah Arend, que com muita propriedade afirmou que:
“…a guerra deixou de ser a ultima ratio de negociações e seus objetivos determinados no ponto em que estas se rompiam, de modo que as ações militares supervenientes não eram senão uma continuação da política por outros meios. O que está hoje em questão é algo que nunca poderia ser, é claro, objeto de negociação: a mera existência de países e seus povos. É neste ponto – em que a guerra não mais supõe como dada a coexistência de partes hostis e já não busca apenas por fim ao conflito pela força – que ela deixa verdadeiramente de ser um meio de política e, como guerra de aniquilação, começa a cruzar a fronteira estabelecida pela política e a aniquilar a própria política.” (A Promessa da Política, Hannah Arendt, Difel, Rio de Janeiro, 2008, p. 219)
(Citações usadas em artigo de Fabio Oliveira Ribeiro, com o título ‘Trump e o holocausto nuclear” no jornal GGN