É fundamental para o pleno exercício do mandato do mais elevado cargo da nação, ter conhecimento das dificuldades para obter apoio na aprovação de medidas que certamente dependem de voto no Congresso Nacional. Alguns desavisados pensam que poderão falar grosso com instituições como o parlamento. A democracia sempre tem sido muito contestada por neófitos na política e que se arvoram em desconhecer as verdadeiras limitações do cargo.
São mais de 5 centenas de deputados e mais de 8 dezenas de senadores que tomarão posse na mesma data que o Presidente eleito. Todos querem ter vez e voz com participação nas medidas propostas com mudanças que certamente precisam de apoio no congresso, quando são submetidas ao plenário das duas casas. Sempre que o chefe do poder executivo pretenda submeter ao crivo dos representantes do povo alguma mudança, precisa conversar com todos.
Alguns boquirrotos fazem promessas absurdas e até acreditam que foram convincentes. O presidencialismo concentra poderes e todo o sistema pensa em explorar quem chefia governo e estado, tem a caneta na mão sendo chefe dos 3 poderes. Podemos verificar que o “Presidencialismo” praticado entre nós é concentrador de poderes e isso não vai ao encontro do pensamento de Montesquieu (1689-1755) que nos iluminou com a separação dos poderes.
Em nossas tratativas de apoio, ainda soluça um saudosismo dessa concentração, talvez só explicada pela potencialidade do cargo e com risco de benefícios aos amigos do rei, no caso o Presidente da República. Essa conveniência para alguns poucos e inconveniência para toda a nação brasileira, deixa estragos e marcas. Temos ex-presidente encarcerado e candidato, além de dois que sofreram impeachment por malsucedidas práticas contra a Lei Orçamentária.
Não se vislumbra ainda enxergar a usurpação de direitos que pertencem ao povo. Faz lembrar a proibição da divulgação de livros com ideias de libertação de há alguns séculos, quando os intelectuais se encantavam com o que florescia em outras nações mais desenvolvidas. Nossos governantes na monarquia não se esforçavam para um maior avanço ou esclarecimento! Foram vigorosamente contestados e de uma forma que não esperavam: A Proclamação da República!
Não há como esconder os bons resultados de uma democracia e isso precisa ser muito bem entendido por todos que almejam dirigir uma nação, como se mostram carentes de preparo a maioria dos pretendentes ao posto presidencial. Ninguém deseja um presidente-geleia, mas também não precisamos de valentões portando porretes. Precisamos organizar nossas finanças e é fundamental que sejam arregimentadas todas as forças políticas para arrumar essas contas.
É importante que o comandante da nação se conscientize da necessidade de entendimento político e saiba como promover esse propósito em favor de todos, mas nunca apoiando projetos sem o necessário retorno para a nossa recuperação econômica e social. Os benefícios deverão ser os mais amplos e nunca direcionados a alguns poucos setores apoiadores. Os apoiadores que se voltem, também, para as reais necessidades do Brasil ou sucumbirão juntos.
É preciso que se tenha em mente que os erros, falhas ou equívocos em qualquer modalidade e grau de abrangência ou prejudicialidade ao povo, recentemente apurados no mensalão ou na Lava Jato, sirvam de exemplo e sejam educativos e de modo que não se tornem recorrentes. Nosso povo está farto de tanta alienação política, até parece que alguns homens que se dizem públicos vivem nas galáxias e não aqui na terra e, de forma apática, se dizem vítimas de golpe.
Um Presidente da República, com os poderes que tem, não pode e não deve passar aos eleitores a ideia de que foi vítima, afinal ele é o verdadeiro agente ativo das práticas políticas sim.
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