O Brasil tem sorte de encontrar dezesseis empresas interessadas em entrar na exploração do petróleo e trazer moeda forte para financiar os pesadíssimos investimentos na montagem da estrutura de extração. Como todos estão cansados de saber, a estatal brasileira meteu os pés pelas mãos e perdeu o norte, envolveu-se numa trama de corrupção sem fim e tornou-se incapaz de levar a termo o que começou. Ficou praticamente inadimplente e precisa vender o que for possível, e rápido. O tal do pré-sal quase a matou.
E, claro, para recompor a saúde da Petrobrás, para comprar esses ativos e dar cabo desse desafio, só podemos contar com os grandes investidores estrangeiros, sobretudo as tradicionais empresas petroleiras que comandam o setor há um século. Estas, além de recursos fartos, dispõem de tecnologia desenvolvida e aperfeiçoada ao longo de todo esse percurso.
Algum crédito pode ser dado de bom grado à Petrobrás: o de ter cometido a ousadia de teimar e provar que o Brasil tem petróleo, sob a terra, e sob as águas do mar.
Entretanto, queimar o precioso tempo e desperdiçar a rica oportunidade criada foi um erro imperdoável. Inventar um tal de ‘modelo de partilha’, garantir a si mesma o direito de operar todas as descobertas com no mínimo 30% de participação e criar expressiva tributação sobre a produção (imaginem: 1 trilhão de reais em arrecadação do Tesouro, sob o argumento fácil de que seriam para educação e saúde, principalmente) quase leva o próprio negócio à inviabilidade completa.
Por sorte, o Brasil está sendo salvo em tempo e não vai enveredar por essa estrada escura. Em boa hora, o senador paulista tucano José Serra conseguiu enterrar essa loucura petista e atrair a parceria internacional. Não fosse o clima político criado em torno da Lava-Jato e do Impeachment, dificilmente teria havido essa reversão.
Que venham as grandes empresas estrangeiras. Que venham os dólares. O Brasil pode agora ser agora um grande exportador de petróleo.
Assim é, simples e fácil, quando prevalece o bom senso e o interesse nacional.