O “SMARTPHONE”, O OLHAR E A MEMÓRIA O DIA DO FOTÓGRAFO

[As redes sociais, trincheiras da democracia e da liberdade]

No Dia do Fotógrafo, vale lembrar que nos tornamos, todos, indistintamente — “fotógrafos”.

É uma longa história, do “daguerreótipo”, das primeiras imagens aprisionadas em metal, no mármore, na película de celuloide e nos negativos. Da imagem fixa ao filme de movimento, com a invenção do cinema. Foi uma longa caminhada o percurso do analógico ao digital. Da câmera de fole ao celular. Do incunábulo à Inteligência artificial.

Hoje, todos nós somos fotógrafos. O celular é a nossa visão, a nossa memória, a voz, o poço ético das nossas virtudes e dos nossos desvio de caráter, a canalização das nossas ideias e do nosso juízo crítico. O nosso “ego” e o “super-ego”

O “smartphone” é um misto de
“viewfinder”, de obturador , de diafragma, de olhos, íris, córnea, retina, pupila,cristalino — e da memória. É o olho domesticado pelo enquadramento e pela busca de nitidez da imagem e das ideias…

As redes sociais das quais o “celular” tornou-se instrumento de expressão e persuasão, a voz e os ouvidos de verdades e falsas conjecturas, são a nova versão do confessionário, a “ágora” digital, a expressão da liberdade, o prenúncio do futuro. A bigorna das ideias feitas e impostas, a sobrevivência da procura e da busca do desconhecido.

Essa teia social do futuro do nosso passado conheceu as luzes da Escola peripatética de Aristóteles — ambulantes, itinerantes, “os que passeiam”, discípulos do Mestre — a inclinação empírica para a explicação e o entendimento dos fatos e das suas circunstâncias. O celular e as redes sociais são a expressão mais legítima da liberdade e, no plano político, da democracia.

A oralidade, na sociedade humana, transfigurou-se no instrumental da escrita, da memória — e da história. Renasceu, entretanto, muito depois de Gutenberg, com o celular e as redes sociais — para o percurso do longo caminhos da próxima Travessia.

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