No dia em que Camilo Santana (PT) foi oficializado, sob as imagens de Ciro Gomes (PDT) e Lula (PT), como candidato à reeleição ao governo do Ceará, a militância petista ligada à deputada federal Luizianne Lins distribuiu, no ginásio onde o evento ocorria, adesivos onde se lia: “Eu nisso não voto!”. Para não deixar dúvidas de que referia-se ao senador Eunício Oliveira (MDB), candidato à reeleição, as cores do MDB (verde e amarelo) ilustravam o adesivo, que era complementando com uma frase que tornou-se símbolo da resistência petista: “xô golpista”.
Contudo, em sua primeira vinda ao Ceará- no último dia 31 de agosto-, ainda na condição de vice-candidato-candidato-a-
Ora, Haddad, como se sabe, e ele mesmo faz questão de salientar, não dá um passo sem o aval de Lula, que orquestra os movimentos do PT para lá e para cá; a aliança com o “golpista” Eunício (e com outros, como Calheiros) não passou sem aval de Curitiba. Os que acompanham atentamente os movimentos da classe política sabem que, não fosse o fato de estar preso, Lula estaria fazendo os mesmos movimentos e, quem sabe, cercado pelo apoio do “centrão”. Lula é um “profissional” do jogo político.
A literatura da Ciência Política nos ensina como, à medida em que conquistam postos de comando, os representantes, movidos pela “ética da responsabilidade”, pensam nos mecanismos através dos quais podem “sobreviver” no jogo político, como “profissionais”, afastando-se, assim, dos representados (a militância, em especial), que, movendo-se pela “ética da convicção” e desconhecendo os movimentos da realpolitik, apostam na crítica acirrada e nas radicalizações próprias a quem não está no bureau. Enquanto estes olham para a política como ela deveria ser, seus líderes olham-na como ela é. Penso aqui em Weber, Michels e Maquiavel.
Foi assim que Haddad, candidato a presidente também candidato-a-tornar-se-um-