Paulo Guedes: o encantador de serpentes, por Capablanca

O economista Paulo Guedes comporta-se como um encantador de serpentes, mais do que como um ministro da Economia de um país que enfrenta problemas complexos. Ele consegue o pleno e absoluto apoio da grande imprensa tradicional para uma proposta de Reforma da Previdência sem apresentar uma única conta aritmética, matemática ou atuarial. E também consegue transformar a tal reforma no único assunto do rádio, do jornal e da televisão, mesmo num país que tem quase trinta milhões de desempregados, desalentados e subocupados. E mais ainda, obtém o mesmo nível de apoio para a radical mudança do sistema que tem três fontes de financiamento (trabalhador, empregador e poder público) para um sistema com uma só fonte (o trabalhador) e diz e convence que assim é melhor. E, por último, mas não menos importante, obtém o cego apoio dessa imprensa sem dizer a ela que o custo de transição de um sistema para outro é pelo menos  quatro vezes maior do que a economia de 1,2 trilhão que busca obter em dez anos.

É um fenômeno, haja habilidade, haja lábia…

Quanto à imprensa, parabéns! Ela conseguiu levar a audiência “no bico” já por longos quatro meses, sem fazer um único debate sério, ouvindo os muitos lados da questão.

Resta ao povo brasileiro colocar sua esperança nos parlamentares que elegeu e que formam o Congresso Nacional. Ou ir pra rua. Sem isso, tchau, previdência pública! Tchau, aposentadoria!

Capablanca

Ernesto Luís “Capablanca”, ou simplesmente “Capablanca” (homenagem ao jogador de xadrez) nascido em 1955, desde jovem dedica-se a trabalhar em ONGs com atuação em projetos sociais nas periferias de grandes cidades; não tem formação superior, diz que conhece metade do Brasil e o “que importa” na América do Sul, é colaborador regular de jornais comunitários. Declara-se um progressista,mas decepcionou-se com as experiências políticas e diz que atua na internet de várias formas.

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Ernesto Luís “Capablanca”, ou simplesmente “Capablanca” (homenagem ao jogador de xadrez) nascido em 1955, desde jovem dedica-se a trabalhar em ONGs com atuação em projetos sociais nas periferias de grandes cidades; não tem formação superior, diz que conhece metade do Brasil e o “que importa” na América do Sul, é colaborador regular de jornais comunitários. Declara-se um progressista,mas decepcionou-se com as experiências políticas e diz que atua na internet de várias formas.