As incertezas na economia podem ser reduzidas, de modo que se tenha resultados finais das previsões muito próximos ou em números estáveis por todo o ano em curso. É preciso que se reduza ao máximo as contaminações de eventuais solavancos de origem externa ou interna, para que os estragos sejam suportáveis. No ano de 2018 as previsões de crescimento econômico do BC eram de 1,3% do PIB, e o resultado no final do ano 1,1%.
Podemos relacionar algumas causas para a queda do PIB: Um dos nossos melhores compradores, a Argentina, precisou recorrer ao FMI; ameaças de elevação dos juros pelo Federal Reserve e a greve dos caminhoneiros se somavam às incertezas do pleito majoritário aqui no Brasil. Não são fatores recorrentes para serem previstos, mas outras imprevisibilidades podem ameaçar nossos planos. As eleições terminaram e o que é que mais assusta na política?
O Brasil tem enfrentado grande dificuldade para sair do crescimento baixo. O Banco Central do Brasil realiza estudos para saber o porquê. Um trabalho que permitirá aos demais componentes do poder decisório a ele relacionado, a exemplo do COPOM e do CMN, definir se a continuidade da taxa básica (SELIC) permanecerá nesse patamar. Os fenômenos conjunturais de causa externa não dependem de nossa ação volitiva, os de origem interna, citados, foram pontos fora da curva.
Resta a autoridade monetária observar se os estímulos monetários poderão continuar surtindo seus efeitos com os mesmos números dos juros e da inflação e se os resultados da redução dos juros seriam de tal modo que a sintonia fina com os impactos inflacionários, não afetem as melhores oportunidades de alento aos investidores. Alavancar os negócios e promover a necessária retomada do crescimento de forma sustentável e sem inflação, agora está em exame.
Uma instituição que realiza esforço para cumprimento de sua missão no campo monetário, precisa ser acompanhada por iguais esforços de outras no sentido de equilibrar a gestão orçamentária. As instituições que não cumprem sua missão institucional vêm perdendo a confiança do povo brasileiro, sobretudo porque querem culpar os governos pelos resultados insatisfatórios. A falta de entendimento político agora respinga no Congresso Nacional.
O povo se toca para essa incompetência no campo político. No campo que deveria ser de sua especialidade é inaceitável! Todos esperam que cada um mostre sua capacidade de perceber que são percebidos e não poderão esconder o que as transmissões de reuniões de comissões e plenárias denunciam de forma avassaladora. É difícil ter no Brasil uma política monetária para contrabalançar a fiscal? Não, mas nenhuma deveria servir somente para corrigir erros da outra
Essa falta de percepção e inação do congresso já atravessa governos e vem de longe. Comodamente se escondem no elevado número, num verdadeiro efeito manada. Verificou-se há décadas que a saúde vem perdendo recursos para a previdência e que esta, em suas carências financeiras, já avança para cima de recursos de outras áreas de igual importância. Cabe aos políticos fazer essa acomodação de prioridades, até aqui, mal trabalhadas em políticas tortas.
Minha crítica ao Congresso Nacional é no sentido de alertar para que se sensibilize com os riscos que a falta de espírito público e de consciência da impossibilidade de termos um sobe desce de juros para fazer uma política monetária que contrabalance a falta de uma política fiscal que o país está a exigir. Não se trata de uma disputa, mas de ajustar com novas regras o que a evolução tem mostrado ser inadiável, sob pena de perdermos o que de melhor possuímos: Previdência
A Reforma da Previdência está no parlamento e o Brasil inteiro está atento aos passos que são dados. Esperamos que a atitude a ser tomada pelos congressistas não seja mais um solavanco.
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