Nenhum governante deseja ser rotulado, por HAROLDO ARAÚJO

Por conta da desaprovação do povo aos partidos políticos brasileiros, em números próximos de 30, os políticos, também, perdem a indispensável credibilidade na política. Os hegemônicos partidos polarizadores da política brasileira se revezaram no poder (PT, PMDB e PSDB) nas últimas três décadas. Evidente que os três partidos não tinham maioria para governar e buscaram a formação de alianças. Tudo se aprovava em nome da governabilidade.

Jair Bolsonaro não foi eleito para dar continuidade à essa política de busca de governabilidade. O Presidente e nós brasileiros sabemos muito bem que, nas últimas 3 décadas, foi realizado um trabalho por seus antecessores, no mínimo, capaz de nos permitir uma referência de gestão. Evidente que os três partidos trabalhavam por satisfação de prioridades e demandas inadiáveis. Uma polarização entre PT e PSDB foi assim rotulada: PT era esquerda e PSDB de direita, certo?

Acertou quem disse que houve a polarização, errou quem acreditou que um era esquerda e outro direita. Por que? Guardadas as devidas repercussões de cada ação governamental, com destacada ação de marketing, nunca vi dois partidos para governarem de forma tão parecida. Então a mudança que todos desejavam na política, na alocação dos recursos públicos e porque não dizer no marketing das ações do governo, era uma espécie de mudança de rótulo, sim.

O atual governo não se identifica com o PMDB, PT ou PSDB, porque tem sua própria luz e inspiração nos modernos desafios da competitividade dos mercados e, acredite, ao amparo das políticas públicas. O atual governante também não aceita rótulos, como já se rotularam gestões que o antecederam: O desenvolvimentismo de JK, por exemplo. O momento econômico exige “Bom Senso”. Será ele um globalista ou intervencionista liberal? O que diz? Brasil acima de tudo.

Nós votamos em Bolsonaro, que escolheu Paulo Guedes para gerir a economia, e, ao que se sabe, tem toda a sua confiança. Como ministro da fazenda, Paulo Guedes, tem-se mostrado um liberal que quer reduzir a participação do governo nas decisões de empresas competitivas e com personalidade jurídica específica para se tornar competitiva, a exemplo das sociedades de economia mista, que se equiparam às do setor privado no que se relaciona à disputa de mercado

Empresas que precisavam ser atuantes no mercado internacional, verdadeiras “Global Players”, sofriam com preenchimento de cargos por indicação política, quando deveriam ter como critério de escolha, a competência e a capacidade técnica. Entendo que se possa aceitar a interferência política, desde que se priorize a experiência profissional. Pode-se perceber que há prevalência da capacidade técnica e não da indicação política. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Impossível é a implementação de tantas mudanças de uma só vez, assim como governar sem que se tenha algum diálogo com o parlamento. O Presidente sabe disso porque é oriundo do parlamento. Comprova sua disposição de não ser o protagonista de todas as mudanças que o Brasil precisa. Ao escolher figuras proeminentes como Roberto Campos Neto para o Banco Central e Paulo Guedes para ministro da fazenda. Imagine! Colocou Sérgio Moro na Justiça!

A forma discreta de participação do próprio Presidente da República, na condução das propostas de mudanças, tem sido criticada por quantos estavam acostumados com gestões em que o protagonismo exacerbado de alguns, trouxeram certo exagero na condução da política. Assim por exemplo: Tudo que se relaciona à Justiça o ministro Sérgio Moro pode se expressar melhor e de forma idêntica, no mercado financeiro por Dr. Roberto e na economia por Dr. Paulo Guedes.

O governante tem sido capaz de dizer que não busca se identificar com pensamentos à esquerda ou à direta. São rótulos que certamente rejeita, por que? Reafirma sempre: Brasil acima de tudo.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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