Não mexam com os juros. Cortem salários e aposentadorias.

É uma conta simples de fazer. Aplique os juros de 13,75 por cento a uma dívida de 6 trilhões de reais. O resultado é o que os aplicadores de dinheiro receberão este ano: oitocentos e vinte e cinco bilhões de reais. Escreve assim:R$825.000.000.000,00.

Não precisa fazer nada. Não corre nenhum risco (o risco é zero), não abre mão da liquidez (resgata a aplicação na hora que quiser) e o rendimento é o maior do mundo.

O Banco Central discorda do presidente da República e não admite baixar a taxa de juros. E finge que essa é uma decisão técnica, quando não é. Age como se os aplicadores tivessem outras opções para aplicar essa dinheirama, não têm. E atua como se este juro fosse o único “remédio” contra a inflação, não é, e neste caso é remédio errado e inútil.

Traduzindo: é um duto de dinheiro grosso que sai do Tesouro Nacional e chega aos bolsos dos superricos.

É a grana de que ninguém fala. Nem o mercado, nem o governo, nem a academia. Essa bufunfa compõe o déficit nominal, mas déficit nominal, por alguma estranha razão, nao comove ninguém. Pelo jeito, só o presidente da República.

Isto explica porque o Banco Central é independente. Ou autônomo, ou arrogante, ou incompetente, ou obediente…

Arminio Fraga foi na Globo News dizer que essa taxa de juros deve permanecer assim por mais um ano. E recomenda que sejam feitos cortes na folha de pessoal do serviço público e nas aposentadorias. Disse isso sem piscar, sem se constranger, como se fosse lógico…o caminho sempre foi este. 

Capablanca

Ernesto Luís “Capablanca”, ou simplesmente “Capablanca” (homenagem ao jogador de xadrez) nascido em 1955, desde jovem dedica-se a trabalhar em ONGs com atuação em projetos sociais nas periferias de grandes cidades; não tem formação superior, diz que conhece metade do Brasil e o “que importa” na América do Sul, é colaborador regular de jornais comunitários. Declara-se um progressista,mas decepcionou-se com as experiências políticas e diz que atua na internet de várias formas.

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