É uma conta simples de fazer. Aplique os juros de 13,75 por cento a uma dívida de 6 trilhões de reais. O resultado é o que os aplicadores de dinheiro receberão este ano: oitocentos e vinte e cinco bilhões de reais. Escreve assim:R$825.000.000.000,00.
Não precisa fazer nada. Não corre nenhum risco (o risco é zero), não abre mão da liquidez (resgata a aplicação na hora que quiser) e o rendimento é o maior do mundo.
O Banco Central discorda do presidente da República e não admite baixar a taxa de juros. E finge que essa é uma decisão técnica, quando não é. Age como se os aplicadores tivessem outras opções para aplicar essa dinheirama, não têm. E atua como se este juro fosse o único “remédio” contra a inflação, não é, e neste caso é remédio errado e inútil.
Traduzindo: é um duto de dinheiro grosso que sai do Tesouro Nacional e chega aos bolsos dos superricos.
É a grana de que ninguém fala. Nem o mercado, nem o governo, nem a academia. Essa bufunfa compõe o déficit nominal, mas déficit nominal, por alguma estranha razão, nao comove ninguém. Pelo jeito, só o presidente da República.
Isto explica porque o Banco Central é independente. Ou autônomo, ou arrogante, ou incompetente, ou obediente…
Arminio Fraga foi na Globo News dizer que essa taxa de juros deve permanecer assim por mais um ano. E recomenda que sejam feitos cortes na folha de pessoal do serviço público e nas aposentadorias. Disse isso sem piscar, sem se constranger, como se fosse lógico…o caminho sempre foi este.