“NÃO FICARÁ PEDRA SOBRE PEDRA”

[…] e veio o golpe militar de 64 que perseguiu, prendeu, torturou e matou. Muitos se calaram, alguns se exilaram, outros fugiram e poucos entraram na clandestinidade para lutar intrepidamente contra a ditadura que se implantou. Dentre estes estava Dilma Roussef que foi presa e torturada. Tempos depois, com equilíbrio e resiliência, subiu à rampa do Planalto como a primeira mulher a ascender à Presidência da República do Brasil.

Era mais um fruto do Partido dos Trabalhadores que nascera do chão da fábrica e do embate firme nas praças, sob o comando da voz rouca do retirante nordestino, que se tornara torneiro mecânico, sindicalista, deputado federal e Presidente da República com dois mandatos consecutivos, quebrando preconceitos, valorizando a mulher, colocando alimento na mesa do pobre, inaugurando Institutos de Educação e Universidades, criando e implementando programas sociais mediante políticas pioneiras de distribuição de renda … … … .

Todos esses feitos faziam arder a cabeça da burguesia e embrulhava o seu estômago.

E Dilma, a guerreira, subiu à rampa, soberanamente, pela segunda vez.

A burguesia insone tremia ao ver a imagem do Lula finalizando sua segunda gestão com 62% de aprovação; a burguesia preconceituosa incomodava-se ao sentir o cheiro do pobre ao seu lado no avião; a burguesia escravocrata tinha raiva ao perceber que o povão tinha sentimentos nobres; a burguesia ciumenta imaginava de forma melancólica: pobre na universidade?! empregados domésticos com direitos?! minha empregada usando o mesmo perfume que eu uso?! LGBTs sendo reconhecidos?! Absurdo! Isso está afetando nossos privilégios. PT significa essa gentalha no poder. Isso não pode continuar.
A Casa Grande de mãos dadas com a Casa Blanca articularam o plano estratégico do golpe: impeachment pra Dilma e prisão pra Lula.

A mídia corporativa, o parlamento e o judiciário, lacaios do poder, na linguagem do cientista Jessé de Sousa, estavam a postos para que tudo acontecesse com a aparência da mais pura legalidade: Lava Jato, lawfare, seletividade, narrativas falsas, tudo o que se possa imaginar foi utilizado para que o plano macabro fosse executado com sucesso.

Quando a Dilma recebeu a injusta condenação, depois de longos e agressivos questionamentos no Senado, sem deixar de responder qualquer pergunta, por mais atrevida que fosse, fez um pronunciamento histórico e nele proferiu a metáfora bíblica: “não ficará pedra sobre pedra”. E é o que já está acontecendo.

Com a cara amarela e sem jeito todos vão performar a flor de Exupéry: “tossir duas ou três vezes para por a culpa no príncipe … e mais uma para infligir-lhe culpa”.

Raça de víboras!

Quebraram multinacionais brasileiras, desempregaram milhares de trabalhadores, impediram Lula de concorrer à eleição e, perdidos, antevejo vocês chamando-o para arrumar o país destroçado … que pensavam ser uma fazenda de vocês.
“Não ficará pedra sobre pedra”, profetizou a grande Presidenta Dilma Roussef.

Um beijo, guerreira, no seu coração valente e, avante, com Lula Presidente.

Gilmar Oliveira

Gilmar Oliveira, Professor Universitário.

Mais do autor

Gilmar Oliveira

Gilmar Oliveira, Professor Universitário.