Michel Temer a seus ministros: “Não se metam”, por Haroldo Araújo

Com a saída de Eduardo Cunha do comando da Câmara dos Deputados por renúncia inesperada e que Ele próprio havia dito que nunca esperassem dele tal decisão! Não como inesperada decisão pessoal e que coincidiu com a proximidade do recesso! O Congresso composto por duas casas, fica acéfalo em uma delas. Destaque-se assim o tamanho do problema para o Chefe do Poder Executivo que exerce a função em caráter provisório ou não! O Senado da República sob o comando do Presidente do STF decidirá.

O senado representa a “Federação” e, por este motivo, tem igual número de representantes por Estado e está com prazo definido por calendário aprovado no STF para que ao fim deste recesso, já no mês de agosto próximo, tenha que {por decisão superior} votar a continuidade ou não de Michel Temer. Com seus 81 parlamentares, os senadores terão a incumbência de decidir o futuro da nação! Como? Decidirão se querem ou não a volta de Dilma Roussef ou a continuidade do governo de Michel Temer. Haja democracia e “Instituições FORTES” para suportar tanta INCERTEZA. Viva o Basil.

Como se não bastasse, a Câmara dos Deputados com seus 513 parlamentares deverão decidir os rumos a serem trilhados pela importante casa legislativa. Como? Os novos rumos serão decididos através da escolha de seu Presidente entre seus membros efetivos e pelo que sabe tudo ocorrerá sem interferência do Poder Executivo! O Presidente da República e todos os seus ministros não vão se meter. E por ordem superior o prego está batido e a ponta virada.

A Carta Magna diz que os 3 poderes serão independentes, mas também diz que deverão ser harmônicos para a felicidade geral da continuidade de um processo que escolhemos e preservamos a duras penas. A democracia é a pior das escolhas, excetuadas as demais (Churchill). O que quero enfatizar com o que observamos desta difícil quadra que enfrentamos é a força das Instituições democráticas e da nossa pujante economia que tem sofrido abalos.

A atitude do Presidente Temer deve ser compreendida como uma forma de expressar a sua não interferência no poder legislativo e mais ainda como uma forma de valorizar nossas Instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público e as muitas que não vêm ao caso mencionar.

Repito a expressão: “Como se não bastasse”! Estamos também, diante de um singular processo que é único em nossa tão buscada forma democrática de governar em que houve comprovada invasão de poderes. A chamada escolha de antecessores no comando da nação trouxe para nós a infeliz escolha do “Presidencialismo de Alianças”…Bota desgaste nisso! No exato momento em que a chamada “Base Aliada” já detinha o cabresto por sobre mais de 80% dos parlamentares, já não havia também como atender os pedidos de cada aliado.

Michel Temer já percebeu que essa escolha está esgotada! Imagine se fosse governar o Brasil pela via [ tão criticada] e antidemocrática de satisfazer à cada partido com um ministério ou até “Cargo” ou [ através ] de “Emendas” ? Faltariam ministérios e cargos ou faltaria EMENDAS viáveis para convencer cada parlamentar a escolher bons projetos. Mas escolher bons projetos porque, se, como já se verificou em passado recente, se fazia a aprovação ou não por troca de cargos nos altos escalões!

Não é com cargos e nem com liberação de verbas que queremos que Michel Temer convença seus aliados, mas com bons projetos para que possamos trazer de volta a credibilidade perdida. O melhor caminho é esse porque os analistas também atribuem a queda de Dilma à suas escolhas de relacionamento entre poderes.

Volto ao tema: Não se metam! Disse Michel aos seus ministros e isso é bom? Não! É excelente.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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