Meu vizinho foi preso? por Luiz Carlos Regadas

Ronnie Lessa foi preso hoje (ontem)  as 4:30 da madrugada ao  sair de seu luxuoso apartamento na Barra da Tijuca- RJ, Condomínio Vivendas onde morava e era vizinho do presidente Bolsonaro. Ele é acusado pela polícia carioca de ser o homem que executou Marielle Franco e o seu Motorista, Aderson Gomes, com 13 tiros.
Interessante que por onde mora ou vai um presidente a Polícia Federal faz uma operação de varredura por um raio de uma certa distância a fim de impedir atentados contra a mais alta autoridade do país, mas no caso do Presidente Bolsonaro parece não ter sido necessário, pois seu vizinho Ronnie, preso hoje, foi por um período ex-sogro de um dos seus filhos. Fato esse bem lembrado pelo senador Senador Humberto Costa -PT-PE- via twitter:
“Como pode um assassino de alta periculosidade, com armas, acessórios e munições, morar no mesmo condomínio de luxo do presidente da República, sem que os órgãos de inteligência tenham identificado um vizinho desse calibre”.
Segundo relatos da polícia, o sargento reformado da Polícia Militar, tem além do luxuoso apartamento na Barra da Tijuca, tem uma luxuosa casa de praia em Angra dos Reis. Isso tudo ganhando aproximadamente 7 mil reais.
Quem está por trás de Ronnie Lessa? Quem o financia? Agiu sozinho por ódio a uma ideologia? Agiu a mando de alguém que se sentia ameaçado? Quem mandou matar Marielle? Qual a relação desse miliciano com os amigos milicianos condecorados pela família Bolsonaro? Como um homem perigoso que já tinha sido preso  na Operação Guilhotina realizada pelo Polícia Federal em 2011 morava vizinho a um presidente sem ser incomodado se não fosse deu amigo?
Importante ressaltar que na operação de hoje, 12, que levou a prisão do assassino de Marielle Franco e do motorista, Élcio Queiroz que guiava o carro no momento do crime, é amigo de Adriano Magalhães Nóbrega que é muito amigo do Clã Bolsonaro. Nóbrega já foi duas vezes homenageado por Flávia Bolsonaro, filho do presidente do Brasil, deputado estadual do Rio de Janeiro.
Uma “coincidência” interessante é que Flávio Bolsonaro deu emprego a mãe e esposa do miliciano Adriano em seu gabinete gabinete. E seu pai Jair Bolsonaro, à época deputado Federal, hoje presidente do Brasil, fez menção de repudio a condenação do miliciano Adriano por homicídio.
Vale ressaltar que Adriano foi o primeiro a levar Bolsonaro pai ao tribunal do júri e que, no momento, Adriano Nóbrega, miliciano, encontra-se foragido.
Culpado existe e ele não é um peixe pequeno. É um tubarão grande. E são muitas coincidências que ligam os Bolsonaros aos milicianos. Espero que a polícia brasileira seja verdadeiramente pelo menos dessa vez brasileira, sem adesivos da polícia americana e coloque toda a verdade que aguardamos faz um bom tempo para que todos possam conhecer quem são os poderosos que mandam, até matar, para se dar bem nesse país onde muitos pretos, pobres, travestis, mulheres tem morrido.
O que o povo brasileiro mais sonha é de além de ter um bom salário para viver com dignidade, ter direito a educação e saúde de qualidade e poder ter a liberdade de se expressar sem ser demitido, sem ser morto, sem precisar se exilar de seu país para viver e ser feliz lutando por seus ideais.
Por Luiz Carlos Prata Regadas
Sociólogo e Mestre em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará – UECE

Luiz Carlos Prata Regadas

Sociólogo e Mestre em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará- UECE. Tenho experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Política Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: política brasileira, geopolítica e influência da grande mídia.

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Sociólogo e Mestre em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará- UECE. Tenho experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Política Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: política brasileira, geopolítica e influência da grande mídia.