LADAINHA

Marinheiro que já naufragou em ilhas convidativas ao suicídio.

Marinheiro que já atravessou umas ondinhas médias, quebrou a quilha no mar da história.

Marinheiro astuto e ingênuo, já não se ilude ao canto de qualquer ilusão.

Parecem sereias, são morsas.

E cantam o mesmo canto sempre, sempre, já que desconhecem o significado do termo poesia.

Marinheiro esse, nem tapar ouvidos ou amarrar-se ao leme precisa, vislumbra bem mais que seus penhascos.

Pedro Henrique

"Anota aí: eu sou ninguém"

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