Keynes disse em carta secreta a Roosevelt que empresários eram perplexos, confusos, vaidosos e ansiosos demais

“Os homens de negócio têm um conjunto de ilusões diferentes dos políticos, e por isso precisam de tratamento diverso. Mas eles são muito mais mansos do que os políticos, ao mesmo tempo fascinados e aterrorizados pelo brilho da publicidade, facilmente convencidos a agir como “patriotas”, perplexos, confusos, na verdade apavorados, porem ansiosos demais para ter uma visão alegre, vaidosos talvez mas muito inseguros de si mesmos, pateticamente sensíveis a uma palavra gentil. Você poderia fazer o que quisesse com eles, se os tratasse (mesmo os maiorais) não como lobos ou tigres, mas como animais domésticos por natureza, apesar de terem tido péssima criação e não a formação que você gostaria. É um erro pensar que eles são mais imorais que os políticos. Se você os preparar para o temperamento arisco, teimoso e aterrorizado de que os animais domésticos (quando tratados incorretamente) são capazes, os encargos da nação não serão levados para o mercado; e no final a opinião pública irá mudar a direção do caminho deles…”

 

(Trecho de carta do economista inglês John Maynard Keynes, secretamente dirigida ao presidente Franklin Delano Roosevelt, dos Estados Unidos, em 1938. Keynes e o autor da expressão “espirito animal” para descrever o impulso que leva homens de negócios a investir, empreender).

Osvaldo Euclides de Araújo

Osvaldo Euclides de Araújo tem graduação em Economia e mestrado em Administração, foi gestor de empresas e professor universitário. É escritor e coordenador geral do Segunda Opinião.

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Osvaldo Euclides de Araújo tem graduação em Economia e mestrado em Administração, foi gestor de empresas e professor universitário. É escritor e coordenador geral do Segunda Opinião.