Juros, reformas e ajustes, tudo a ver, por Haroldo Araújo

Todos sabemos que a inflação eleva os juros. Com juros altos não haverá crescimento nem empregos. É importante corrigir as causas da inflação a exemplo das que são provocados por déficits recorrentes e cumulativos. Por essa razão é que fomos obrigados a promover ajustes e alguns até aqui sem muito sucesso. Não faz muito tempo quando Joaquim Levy levantou essa bandeira e foi defenestrado. O ministro Meirelles, o presidente do BC Ilan Goldfajn e Dyogo Oliveira do planejamento aprovaram no Congresso o Teto de Gastos.

Fato que trouxe muita confiança no controle inflacionário e dos juros. Precisamos ter a disponibilidade de metas de inflação viáveis a fim de que todos os tomadores façam suas planilhas e de modo que esses juros possam permitir uma taxa ROI (Return On Investiment) adequada aos empreendimentos geradores de empregos e não de inadimplências com efeitos perversos. A equipe econômica reduziu a meta de inflação para 4,25% em2018 e 4% em 2019, acontece que alguns analistas são contrários à essa redução.

O que dizem os analistas? Eles avaliam que a redução da meta de inflação pode dificultar o ajuste fiscal. Por que? Porque com uma inflação menor as possibilidades de gerir os gastos públicos vão se tornando mais engessadas (Previdência no meio) e para baixo de forma brusca ! O motivo? O Teto de Gastos aprovado recentemente estabelece que o limite para a expansão dessesgastos é a Inflação! Falamos de gestão e gestão tem que contar com flexibilização para se tornar gerenciável e administrável. Se for engessada a gestão inexistirá. Previdência no meio.

Há sinais de recuperação econômica e de ambiente para redução dos juros com a queda da inflação e ainda estamos com os ajustes em curso. Vejam que a redução da inflação tem sido ajudada pela queda dos negócios (recessão). Um dos efeitos colaterais foi a queda da arrecadação impactando nosso Orçamento. E o que falta? Falta dar consistência e sustentabilidade à essa sinalização de que muitos chamam: We Can Do It (Nós podemos fazer isto).

Para que possamos assegurar esse rumo precisamos corrigir os problemas pela raiz, a exemplo dos déficits cumulativos à própria Previdência. Conquanto se tente viabilizar discurso sem qualquer embasamento técnico ao dizer que as reformas estão parando o Brasil. O motivo das críticas é desestabilizar ações e projetos em tramitação no Congresso Nacional a exemplo da “Reforma Trabalhista”. Sabe o que penso? Exatamente o contrário: A falta das Reformas estão parando o Brasil e quem tem feito isso? Os nossos diletos saudosos populistas.

A economia funciona à base de expectativas, confiança e sobretudo com amparo em uma planilha de custos de cada empresário em que se equilibram na certeza de pagar os compromissos, cumprir os prazos de entrega e honrar as obrigações como são importantes os Impostos, encargos, juros e salários. Falta dizer aos políticos de oposição o seguinte: “ Fazer ajuste via inflação é muito fácil e tentaram sem sucesso porque o próprio povo rejeitou”.

Apenas uma lembrança para os populistas: A inflação é o pior dos tributos, por que? Porque é imposto regressivo (atinge principalmente aos mais pobres). Esse imposto é que deveria ser ter sido defenestrado e não o Levy. Acordem! Os juros só vão baixar quando a inflação puder ser controlada não só pela redução dos negócios, mas sobretudo pelos ajustes e reformas. Tudo a ver.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.