O recente acordo entre o Irã e as grandes potências, capitaneado pelos Eua, sobre o programa nuclear iraniano deverá resultar em um novo fluxo de petróleo bruto.
Segundo os dados da Agência Internacional de Energia (AIE), existe atualmente, uma sobra de 800 mil barris diários de petróleo no mercado, e que, se as economias de China e Estados Unidos desacelerarem no segundo semestre, o excesso de oferta será ainda maior.
O fim das sanções deve ocorrer de forma gradual e permitir que o Irã, que tem a segunda maior reserva de gás natural e a quarta de petróleo do mundo, possa atrair investimentos para seu setor energético, aumentando a disponibilidade mundial, o que deve contribuir para reduzir ainda mais os preços num mercado superabastecido.
Mesmo que o destino da produção iraniana seja a Ásia e Europa, impactará todo o mercado. Fazendo com que os preços possam se manter baixos por um período bastante longo. Ou seja, Russia, Brasil e Oriente Médio, que tem altos custos em sua produção, serão fortemente desafiados se desejarem continuar com seus investimentos.
Diante desse cenário a perspectiva de exploração do pré-sal parece se tornar inviável, dado que seu custo de exploração é bastante elevado, e seu custo mínimo – segundo os especialistas – orbita em torno de US$ 45 por barril. Onde, preço médio praticado no mercado mundial, que vem caindo significativamente, já está em torno de US$ 58 por barril poderá cair ainda mais com a possível entrada do petróleo iraniano.
E o pré-sal brasileiro que vinha surgindo, para uma parcela significativa da política brasileira, como a tábua de salvação para todos os problemas brasileiros, começa da dar indicativos se que não será bem assim. A grande expectativa era que teria dinheiro sobrando para educação, saúde, infraestrutura, etc. E que o Brasil iria virar um canteiro de obras em todos os lugares. As incertezas só crescem, e a elas junta-se a incapacidade de caixa da Petrobrás de explorar e atrair novos investidores ao longo dos próximos anos.