A importância das boas práticas na política e na economia, por Haroldo Araújo

O Brasil recuperará a confiança que foi perdida com as investidas contra o nosso orçamento público, para isso precisamos mostrar a direção de uma nova política de governo e ao mesmo tempo fortalecida com as ações coordenadas de órgãos públicos que atuam de modo a oferecer guarida na manutenção das condições de governabilidade. O Brasil dispõe de um mercado financeiro e de capitais sólidos e sadias instituições de crédito para financiar o crescimento.

 

Não há melhor forma de avaliar a confiança dos agentes econômicos, investidores e empresários do que um cenário positivo em que se registra a manutenção dos números do crescimento 1,4% acima de zero, concomitante à certeza do controle inflacionário dentro do limite da banda de flutuação. Um recuo na taxa do dólar e o melhor desempenho das ações na B3, Bovespa, era o esperado com a redução das especulações acerca da indefinição de rumos na economia

 

Uma forte dependência de recursos nos obriga a oferecer taxas de juros atrativas aos investidores internos e externos, afinal precisamos dos dois. Essa necessidade exige, por parte da autoridade monetária, uma atuação mais cirúrgica na busca da taxa ideal para o desejado cumprimento das metas estabelecidas pelo COPOM. Temos comentado acerca da busca da taxa SELIC que seja capaz de alimentar o crescimento, mas de modo que não alimente a inflação.

 

Os dois candidatos à Presidência da República propagam suas discordâncias com os elevados custos do empréstimo ao setor produtivo. Ambos falam de reformas, inclusive no setor bancário, de modo a compatibilizar operações de crédito com os lucros das empresas tomadoras do crédito.  Nenhum dos dois aborda os problemas relacionados aos elevados déficits públicos, nem sobre ajustes a serem promovidos em seus eventuais governos.

 

A política fiscal recentemente adotada foi sábia e evitou a desagregação social que ameaçava nosso país em momentos difíceis de uma longa recessão. Agora podemos nos concentrar num plano de continuidade dos ajustes e reformas. Essa coordenação de ações de instituições de estado e de governo é indispensável à volta do processo de retomada do crescimento. Falta agora contar com um Congresso Nacional renovado, para posse em 2019, pela vontade popular.

 

Um espetáculo da democracia se consuma com a renovação de forças políticas, com vistas a satisfazer os anseios de mudanças na atuação governamental. Uma nova proposta de Reforma Previdenciária capaz de compatibilizar uma atuação fiscal para coibir futuros déficits. Qualquer que seja o vencedor, desejamos que seja capaz de manter a continuidade das reformas. Afinal a aprovação do “Teto de Gastos” foi capaz de frear o aumento dos gastos governamentais.

 

Por razões político eleitoreiras alguns estão colocando o endividamento das famílias como   prioridade acima de outras, a exemplo do saneamento das contas públicas. Nossa advertência é para o fato de que, junto de outras promessas, vão acabar ficando em plano secundário. Apontamos para a continuidade de um bom entendimento da classe política, não como vem sendo proposta para conquistar o poder, mas que seja no sentido da ajuda ao governante eleito.

 

Políticos pregam humildade para reconhecer erros em propostas com fins eleitorais. A proposta além de não contemplar uma desejada concertação com vistas à governabilidade, deixa evidente que ainda não aprenderam com os erros e, ao contrário, dizem que vão reconhecer os erros. Será que não se apercebem que o povo anseia por renovação não somente de homens na gestão pública, mas também de ideias e atitudes. Falam e prometem como nunca dantes.

 

É preciso que atentem para as boas práticas políticas e também para a boa gestão econômica.

 

 

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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Funcionário público aposentado.