Como é triste ver um homem triste!
Bem mais triste é ser o próprio homem triste…
O olhar perdido no vazio do sonho abruptamente desfeito.
A esperança a descolorir-se, desnudando-se… deplorável,
Ante o espectro do tom cinza d’uma realidade implacável.
A certeza de nada ter valido o tudo que outrora fora feito.
A frustração do não atingimento do tão rigoroso conceito.
A insciência do que lhe fez sair, assim, da zona de conforto.
E o homem triste, melancólico, permanece em êxtase, absorto…
Sente-se como uma mãe que gesta e pare um filho natimorto.
Esvaem-se as perspectivas: o Destino se lhe mostra contrafeito.
Nada se revela agradável… Em tudo, o amargor da inutilidade.
Incomoda-o uma dúvida (apesar de isso não servir de anteparo):
Julgaram-no, então, pela incapacidade ou pela impropriedade?
O silêncio enevoa o que antes lhe era demasiadamente claro.
E a sensação de ser inútil entristece qualquer homem:
A alma se evola… a razão se anuvia… o brio se consome…
É muito triste saber-se ser um homem triste!
Muito triste também é ver um homem triste…