GUERRA E PAZ EM UM MUNDO EM CHAMAS

Paradoxalmente, a paz se afirma pelas mesmíssimas razões que levam à guerra.

A simbologia dos movimentos generosos que defendem a paz entre as nações pode gerar reflexão a respeito de um necessário processo de conscientização. Parecem, entretanto, insuficientes à vista de uma análise mais atenta, e insuficientes para a solução de pendências acumuladas historicamente. Umas, pela animosidade de interesses econômicos persistentes; outras, pelo poder das pressões ideológicas e políticas concorrentes. Ou pela ação tática das hostes totalitárias que, conforme as estratégias modernas da tomada do poder, fazem da “revolução cultural” trotskista-gramsciana, a arma mais letal contra a democracia.

Não seriam campanhas organizadas em favor da paz, sob diversas formas de manifestação, na mídia ou mediante apelos da fé, que haveriam de fortalecer a consciência moral e ética contra a perversidade das guerras.

A União Sovietica, dominada pelo bolchevismo, sob o tacão de Stálin, foi, das potências emergentes da II Guerra, a que mais se bateu “em favor” da Paz Mundial, conquanto, dos países europeus envolvidos nos conflitos regionais travados nos últimos 80 anos, tenha sido precisamente o que mais resistiu às negociações de paz nos cenário internacional e nas campanhas militares no Leste europeu contra países que lutavam pela sua independência. Não por acaso, Rússia e Estados Unidos, com o potencial bélico da OTAN e do Pacto de Varsóvia, conduziram o maior número de campanhas militares, desde o final da II Guerra, mundo afora.

A educação, a preservação da liberdade de expressão e de opinião, o melhor compartilhamento da riqueza, e outras conquistas da civilização, seriam, certamente, mecanismos sociais muito mais eficientes para a preservação da paz e da sua defesa.

Paulo VI, considerado o maior papa da história moderna da Igreja, instituiu, em 1968, como registra a escritora Ângela Gutierez, o Dia Mundial da Paz, e designou o primeiro dia do ano para as celebrações da efeméride. As razões por ele invocadas resumem com objetividade os pontos essenciais para preservar a paz no mundo.

Paradoxalmente, ao longo de mais de seis décadas, as organizações militares internacionais consolidaram a sua força guerreira, a ONU perdeu o prestígio diplomático que lhe restara e, finalmente, dela fez-se o púlpito para a cristalização de ideologias autoritárias radicais.

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