O título acima procura resumir a “aflição” em que se encontra Fortaleza frente a prognósticos sombrios e sofríveis a que poderá ser submetida caso o candidato André, do PL, chegue ao poder municipal, pois representa o atraso e a extrema direita. O domínio e submissão não será somente relativo a mandos, à administração do destino da cidade e de seus recursos, mas principalmente a desmandos, falta de respeito, empatia, cuidados, proteção, sem falar de violências morais, éticas e simbólicas.
Eis que, como sua vida pessoal e seus comportamentos nos âmbitos coletivo e institucional demonstram cabalmente, ele tratará esta bela, exuberante e prezada Fortaleza como tem tratado mulheres, crianças, jovens, pessoas idosas, negros e pardos, pobres, trabalhadores e servidores públicos. Não dá para esperar dele uma relação harmoniosa e cuidadosa com ela. Em efeito, uma vez que será maltratada em todos os sentidos porque ele representa o que há de pior em termos de discriminação, misoginia, homofobia, racismo e violência. É burlesco que ele se ache moderno, jovem e capaz de conduzir esta bela cidade, quando revela o contrário, inclusive no seu discurso de renovação.
Ora, não se pode esperar nada de novo dele, pois representa o que tem de mais atrasado na política, na administração pública e nos segmentos empresariais do estado e do país, basta ver quem o apoia e o sustenta nesta aventura. Assim, ele se mostra antiquado, retrógrado, reacionário e conservador,mesmo sendo etariamente jovem. Que pena!
Os fatos demonstram tudo isso, vejamos alguns: o candidato apregoa moralidade na esfera pública, mas tem praticado nepotismo ao nomear nada menos do que cinco familiares (mãe, irmã, esposa, tio e cunhado) como assessores parlamentares, desde 2019, dois no seu gabinete e três nos de aliados políticos; foi contra o projeto de lei na Câmara dos Deputados sobre igualdade de gênero e salarial para promover equiparação entre homens e mulheres; foi o primeiro a compartilhar fake news sobre fraude do TSE, nas urnas eletrônicas, no último pleito presidencial, repassada por Bolsonaro; foram apresentadas inúmeras representações contra seu mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa acusando-o de calúnia, injúria e propagação de informação falsa; tornou-se alvo de inquérito no STF sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Suas propostas são privatizantes em relação aos serviços públicos e regressivas quanto aos direitos trabalhistas e sociais. Além de tudo isso, é negacionista, ao ser contra a vacinação, e incita a violência, ao estimular armamentismo da população.
Ora, Fortaleza é a quarta cidade mais populosa do país, com 2,4 milhões de habitantes, mas ainda apresenta enormes assimetrias em condições de vida, emprego, saúde, educação, saneamento básico, infraestrutura e equipamentos urbanos. Suas desigualdades sociais são visíveis, onde coexistem elevadas concentrações de renda e patrimônios com expressivos contingentes de pobres e miseráveis. Portanto, a responsabilidade do futuro gestor da cidade é enorme e não pode se tornar “laboratório” de aventureiros na utilização de um orçamento da ordem de R$ 14,7 bilhões, somente para 2025.
Por tudo isso, Fortaleza sente-se amedrontada caso seja administrada por um gestor irresponsável, inexperiente e temerário. Assim, apelo para o bom senso e a consciência dos fortalezenses, religiosos ou não, para que não permitam tal desfecho. Na verdade, necessita-se de um gestor comprometido com uma cidade e sociedade justas, que se preze a vida e a paz; a moradia e o meio ambiente; a saúde e a educação; a inclusão social e a redução das desigualdades e da pobreza. Por fim, somente essa declaração do candidato: “dane-se”, referindo-se ao número de mulheres mortas por feminicídio, revela seu péssimo caráter. Portanto, frente à iminência de tanta violência, personificando Fortaleza, ela seguramente recorreria à Lei Maria da Penha, buscando proteção e justiça!