Domingo! Que bela manhã de sol! Mas vou abdicar da praia. Prefiro conversar um pouco com você sobre minha espiritualização.
Fui coroinha, ajudei a celebrar missa, recebi os primeiros sacramentos, confessei-me, trabalhei anos em Instituições Beneditinas e Maristas, mas sempre com dúvida da existência do Deus.
Na busca incessante de preencher o vazio que tomava meu coração, frequentei centros espíritas, igrejas evangélicas, terreiros de xangô … …. … .
Em todos esses sítios encontrei pessoas inteligentes e que me inspiravam de certa forma. Mas continuava descrente.
Minha mãe, que faleceu aos 97 anos, era uma católica fervorosa. Todos os domingos recebia a visita de uma missionária para rezar e dar-lhe a comunhão.
Um dia, conversando a respeito da minha descrença, ela olhou empaticamente para mim e disse: – Meu filho, você acredita em Deus; está brin-can-do!
O contexto e o conteúdo em que se deu nossa comunicação atingiram
meu coração como uma flecha. Mamãe colocou toda a sua humildade e energia em seu olhar e em suas palavras.
A última vez que estive com ela em vida, foi no hospital São Raimundo. Agonizando, segurou meu braço e, com um puxão, saiu do meio da cama e veio para perto de mim.
Perguntei: – Mamãe, o que a senhora está sentindo?
Ela apenas respondeu: eu quero ficar bem pertinho de você.
Seu estado ofegante, sua face esquálida e seu último olhar, transmitiram uma mensagem indescritível, quase divina!
Missão cumprida mamãe, relaxe!
Em sua homenagem, iniciei um processo incansável de meditação. Os livros de Deepak Chopra, Debbie Ford, Mariane Williamson, Eckhart Tolle, Osho, dentre outros, aguçaram minha sensibilidade e fizeram-me encontrar o meu Deus, que provavelmente não é o Deus de tudo, nem de todos, mas é o meu Deus, que me ilumina e me conduz. Se sofro, eu o invoco; se estou em paz, também.
Minha conexão com o Universo melhorou e me sinto mais seguro e feliz!
Obrigado, mamãe, por ter feito eu encontrar o meu Deus.
