Não se espera, nem mesmo se deseja que um presidente da República seja um santo ou um herói. Na verdade é até melhor que ele seja escolado e astuto, capaz de dialogar com ou confrontar os muitos malandros que permeiam a administração dos serviços e dos dinheiros públicos, circunstância a que estará exposto diariamente, o dia inteiro, nas relações intestinas do executivo e com os outros poderes e com as outras nações.
Se queremos na presidência um homem comum, um igual à maioria dos brasileiros, temos que aceitar e engolir alguns defeitos, ignorar algumas limitações e perdoar alguns pecados. Imaculados, não há, não na vida pública brasileira, dadas as regras explícitas ou implícitas que vigoraram nos últimos cinquenta anos. Tem muita gente se excedendo no moralismo – este já cumpriu sua função –, agora é hora de seguir em frente e quebrar o retrovisor.
Jair Bolsonaro, com seus pecados, defeitos e limitações, foi o escolhido em eleição cujo resultado seus adversários se comprometeram a aceitar e a respeitar. O mercado está à espera agora de sinais positivos que confirmem as expectativas racionais, dispensa o terceiro turno e quer estabilidade política para promover negócios, atrair investidores e criar condições favoráveis aos empreendedores nacionais e estrangeiros.
Não é mais hora de picuinhas políticas. A prioridade é a reforma previdenciária e o choque fiscal. Que venham as privatizações e o fim dos privilégios com dinheiro público. Deixem o presidente eleito trabalhar. Errar é humano.
Vamos deixar o mercado cumprir seu papel. Os desempregados não podem esperar.