É preciso cultivar boas referências na política, por Haroldo Araújo

O verdadeiro aprendizado e evolução na qualidade da atuação da nossa classe política se dá com o processo eleitoral, porque é nas eleições que se realizam os contatos e discussões com maior repercussão na sociedade. Nesse momento, as entidades representativas de classe mostram de forma clara suas aspirações e objetivos individualizados. No período eleitoral é que as reivindicações são mais cobradas com o aumento da exposição dos candidatos na mídia, para que o povo  faça suas escolhas e decida o seu voto.

De outro modo, as qualificações pessoais dos candidatos são avaliadas com severidade. Ao pretendente a cargo público, pela via eleitoral, será dado o direito de se mostrar por inteiro, a exemplo do que fez em sua trajetória de vida. e o que pretende fazer no exercício do cargo pleiteado. Os eleitores examinam se há alguma incoerência do que afirma ter feito na sua vida pregressa e comparam com o que disse ter feito na vida pública. É assim na escolha do Presidente do Brasil. Jair Bolsonaro obteve 56% de aprovação do povo.

Homens públicos também nascem de outras demandas técnicas e profissionais para missões fora do Brasil. Como exemplo da melhor qualidade, Dr. Sérgio Vieira de Mello, que ficou conhecido como: “Funcionário da Humanidade”. Estes “Homens Públicos” também cumprem a difícil missão de servir ao povo. Dr. Sérgio Vieira foi destacado para trabalhar na guerra do Iraque em 2003. Essa é também uma referência na política brasileira.  Servindo na ONU ele morreu em atentado de 19.08.2003.

Há dois meses completou 15 anos de sua partida. O jornalista do The Guardian (Sr. Jonathan Steele) escreveu brilhante artigo e qualificou nosso melhor servidor público, como um funcionário da humanidade. Não restringimos nossas considerações somente àqueles que disputam a escolha pelo voto, mas, principalmente, pela qualificação profissional. O Brasil não pode deixar de ter suas boas referências de homens públicos: Destaco entre eles o atual Presidente do BC, Dr. Ilan Goldfajn

Até mesmo na vida pessoal, os gestores têm que dar satisfação ao povo. Quem não tiver vocação para entender esses atributos e se conscientizar do que seja um homem público, que busque as referências para o devido aperfeiçoamento profissional. Não restringimos nossas considerações somente aqueles que disputam a escolha pelo voto. Muitos mostraram sua competência no comando de ministérios, mas não conseguiram conquistar eleitores, a exemplo de Dr. Meirelles (Fazenda).

Eleições para Presidente da República são mais difíceis ainda e nem mesmo o famoso e consagrado Dr. Ulisses Guimarães do MDB chegou lá. Após bom desempenho no Ministério da Fazenda, Henrique Meirelles, não obteve votação à altura do trabalho realizado. Outros com capacidade de conquistar eleitores, pelo carisma, não fazem boa gestão. O grande gestor é aquele que direciona seus esforços para a coletividade. O reconhecimento pode se dá por qualificações técnicas ou não nas urnas.

De autoria de Mendes Neto, transcrevemos: O administrador público do século XXI deve se situar dentro de um contexto nacional e internacional. O autor esclarece que estes tipos de profissionais devem saber que a administração pública carece de um constante processo gerencial de controle dos gastos. Os grandes gestores ou parlamentares nem sempre conseguem conquistar popularidade e nem conseguem ganhar disputadas eleições para o mais alto cargo poder executivo. Para isso é preciso ter um somatório de valores!

Para a consagração de um Homem Público é preciso ter como cliente final a sociedade. Também não serão bem-sucedidos ou aprovados pelo povo, aqueles gestores que descuidam do orçamento. Não serão homens públicos aqueles que se utilizam de apadrinhamentos para escolha de assessores. É preciso ter uma visão universalista de que a espécie humana deverá ser uma comunidade única e indivisível. Em termos nacionais os homens públicos serão líderes quando trabalharem para unir o povo.

Referências precisam ser resgatadas sim, desde que surjam novas escalas de valores na política. O Presidente da República eleito em 28.10.2018, Capitão Jair Bolsonaro tomará pose em janeiro de 2019, com a promessa de trazer para o povo novos paradigmas de gestão. Pois que se espelhe em exemplos de grandes homens públicos.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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